quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Cinema










O texto seguinte é uma colaboração da aluna Stephanie Araújo, mat. 10913456, da disciplina Direção de Programa TV-I, do Curso de Comunicação Social - Demid/UFPB.

"Cinema: novas tecnologias, novas linguagens

O cinema teve sua origem em 1895, com uma proposta documental que se refere à reprodução do movimento dos seres vivos sob a forma de imagens pintadas ou fotografadas, o que representou, para a época, algo extremamente novo, moderno. O cinema é a tecnologia que inaugura a imagem em movimento. Isso causou um estranhamento por parte da sociedade, como sempre ocorre com o surgimento de novas artes. Esse estranhamento é comum e deve existir. Pelo menos esse é o meu ponto de vista: toda arte tem que inquietar e causar questionamentos, reflexões.
É totalmente perceptível e normal o diálogo entre o cinema e seus predecessores, que são: a fotografia, o teatro, a pintura e a literatura. Todos contribuíram de forma significativa com a linguagem do cinema na época de seu surgimento. Por exemplo, a pintura influenciou com sua profundidade e cor, e a literatura serviu como fonte criativa. Todo esse diálogo era muito forte na época, mas ainda existe hoje em dia. Não é só porque surgiram novas mídias ou tecnologias que o cinema deixará de “beber da fonte” de seus predecessores.
A linguagem cinematográfica até 1927 era construída através de imagens e textos. O som não era um elemento central na documentação dos fatos e nem na construção das narrativas, que teve início em 1903, ano de surgimento do cinema narrativo com Edwin S. Porter.
Quando o filme “The Jazz Singer” é lançado em 1927, inaugura-se uma nova forma de se fazer cinema, na qual o som é um elemento muito importante na narrativa. O modo de contar uma história através das telonas agora se diferenciava daquele em que não oferecia ao público um elemento que hoje é essencial para o cinema: o som.
Com a entrada desse novo elemento, tem-se a necessidade de ordenar os significantes. É onde entra o papel fundamental da montagem. Esta é feita de modo muito artesanal, ainda nos dias atuais. Com o som, o filme passa a ser montado, já que a película cinematográfica apenas filma as cenas. O áudio é colocado depois, na montagem.
Logo quando surgiu, o som no cinema era projetado por uma enorme máquina chamada vitaphone, que foi aperfeiçoada anos mais tarde, em 1931, pelo movietone, que é o registro do som impresso na própria película, diluindo o chiado e a dessincronização. Há uma evolução extremamente perceptível na qualidade do áudio, mas sempre há o que melhorar quando estamos nos referindo a esta questão. Os anos 90 estão aí para provar isso com o lançamento, em 1992, da tecnologia Dolby Digital. Uma verdadeira revolução quando se trata do som no cinema, que nos dias de hoje é tão fundamental quanto a própria imagem.
O cinema sempre dialogou com seus predecessores, como já foi mencionado anteriormente, mas existem outras possibilidades, outras tecnologias que também devem se comunicar com a linguagem cinematográfica. É o caso da televisão, do vídeo e dos sistemas digitais de um modo geral. Todas essas tecnologias dão uma nova “cara” para o cinema, que precisa estar sempre seguindo esse tipo de novidade, acompanhando a modernidade, fazendo esse diálogo com outras mídias e artes, para que possa sobreviver no mundo atual extremamente tecnológico e inovador. É necessário e essencial para o cinema estabelecer um diálogo com as evoluções tecnológicas, com as novas mídias, sem deixar de lado aspectos que dizem respeito à linguagem, já que novos suportes tecnológicos exigem novas linguagens, novas formas de narrar/contar uma história. O cinema é uma arte que sabe fazer muito bem isso e não é à toa que ainda é uma opção muito forte de lazer, presente no cotidiano das pessoas que querem consumir essa arte cada vez mais. O acompanhamento do cinema em relação à evolução tecnológica propicia sua fixação ao longo dos tempos. O mundo evolui, as tecnologias evoluem, as pessoas evoluem, então porque o cinema ficaria de fora desse processo?"


ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

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