terça-feira, 30 de dezembro de 2008

“Elipse”: A intrigante percepção da Imagem em movimento

Verdadeiramente “amado” por milhões de adeptos do mundo todo, tanto quanto as imagens por ele ainda produzidas e toda a magia que elas representam, mais ainda, por ser instrumento tecnologicamente versátil na estimulação dos nossos sonhos, o velho novo Cinema está a completar cento e dez anos de existência. Isso, se considerada sua performance de entretenimento, apenas ampliada com a preconizada Revolução Industrial, entre os séculos dezenove e vinte.

Nesse 28 de dezembro, Dia Mundial do Cinema, a Academia Paraibana de Cinema, recentemente criada, promoveu encontro entre seus Acadêmicos para homenagear aquela que é a Sétima Arte. Registramos presença. Oportunamente, lançamos pela primeira vez o curta “ELIPSE – A Idade do Cinema”. Trabalho que traz como tema não apenas uma série de imagens soltas de filmes, mas uma proposta narrativa de começo-meio-fim, qual seja, aquela que sempre popularizou a singular história do cinema através da imaginação de seus incontáveis cinéfilos.

Independentemente do caleidoscópio de imagens, tipos humanos e da própria categoria formal usados em “Elipse”, o curta não apenas se presta a uma simples reflexão memorialista sobre os filmes que vimos em nossas vidas. Preconiza, isso sim, pela tese de que o Cinema (“kinnema” do Grego), enquanto imagem em movimento, recurso “cinético”, estaria muito aquém da Modernidade. E que sua História jamais se esgota com as primeiras luzes artificiais dos estúdios, ou com seus contornos criados pela “gramática cinematográfica”, a partir D.W. Griffith.

“ELIPSE” parte da premissa de que a Imagem (percebida/captada/registrada), enquanto produto de luz e sobra, repousaria num passado havia anos luz, anterior aos primeiros inventos dos Irmãos Lumière e Cia. Indiscutivelmente, o fenômeno da Imagem remontaria aos primeiros gestos na sua percepção, o que não terá sido, sequer, com o “homo sapien”; Mas, antes deles. De que o milagre da Imagem, seja por meio da visão humana ou animal, transcende ao mero prazer da criatividade material e artística, fenômeno imposto pelo próprio Cinema.

“ELIPSE”, não obstante, através de suas imagens contempla a genialidade do Cinema enquanto Arte, quando particularmente homenageia a um dos maiores ícones do cinema de todos os tempos, e a tantos outros de igual significação. Contudo, sem menosprezar a Natureza e seus fenômenos físicos. Este, que terá sido deveras o motivo maior, o caminho percorrido pela Imagem por todos esses séculos. Caminho que deságua nas inovações tecnológicas, nas contradições humanas, propondo a perplexidade de um novo e ignoto começo...

ALEX SANTOS – Da Academia Paraibana de Cinema (APC). E-mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br / contato@asprod.com.br

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

ELIPSE – A IDADE DO CINEMA


Tão antiga quanto a Idade da Terra, ousaria afirmar, terá sido a Idade do Cinema. Esta afirmação pode parecer estranha, mas, se adentrarmos o âmago do seu significado, levando em conta as origens da imagem e seu processo de fixação por quaisquer meios/ recursos, seja essa imagem em movimento ou não, haveremos de creditar uma verdade à referida tese, que vislumbra um estranhamento muito aquém da Modernidade.
A questão aqui postada, seja para alguém estapafúrdia ou não, alicerça-se no fato de que a primitiva e causal visão contemplativa à imagem, supostamente originada em animais, modernamente, no ser humano, tem um princípio básico: o “registro iconográfico”. Tenha sido esse registro longo ou breve, neste caso, levando em conta o princípio da “persistência retiniana”, em qualquer parte deste planeta. Não obstante tratar-se de fundamento físico explicado pela “optics”.
O que dizer, então, dos cristais de rocha, arquivos cósmicos que guardam segredos e conhecimentos de antigas civilizações? Alguns estudos têm mostrado, sobretudo na Física Ótica, que a imagem é deveras uma questão de luz. Não sem razão, Felinni já afirmava: “Cinema é Luz!” Produto de luz e sombra, o Cinema também se rege por contingenciais princípios, acrescidos de recursos cinéticos.
O Cinema nasceu do estado de perplexidade visual. Esta é a proposta da AS Produções, com “Elipse – A Idade do Cinema”, curta de 25 minutos a ser exibido neste domingo 28 de dezembro de 2008, Dia Mundial do Cinema, na inauguração do Cine Mirabeau. A promoção é da Academia Paraibana de Cinema. O vídeo pode ser considerado um caleidoscópio da trajetória do cinema, em seus mais de cem anos.
A ELIPSE, figura gramatical de Linguagem, constituirá o elemento demarcador de tempo/espaço na construção da Arte-do-Filme, no curta a ser exibido.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema. http://www.alexsantospb.bolgstop.com/ E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

CADEIRA N° 5

Aos meus amigos:

Hoje, com a venia dos quantos acessam este "blog", cedo meu espaço ao primo-irmão, Dr. Reginaldo Antonio de Oliveira, sobre nossa posse na Academia Paraibana de Cinema, recenetemente.

"CADEIRA N° 5

Convidou-me meu primo Alex Santos para assistir à solenidade oficial dos membros da Academia Paraibana de Cinema, o que ocorreu no dia 12 deste mês, por volta das 15:00h, no Hotel Tambaú.
O meu primo Alex é intelectual, faz cinema, é crítico de cinema e tem livros publicados, prêmios que ganhou com alguns dos seus filmes. Trouxe-me o convite hilariante, dando-se por realizado na meta de homenagear seu pai, Severino Alexandre, meu tio “Biba”.
Fato é que não pude ir ao acontecimento. Saí do Escritório tarde e cansado. No outro dia, telefonei para o primo, para me desculpar, todavia ele não estava em casa. De qualquer modo, ele sabe que eu não faltaria, a não ser por motivo que justificasse. Abro o convite, e lá está escrito: “Cadeira n° 5. Patrono: Severino Alexandre. Ocupante: Alex Santos”.
A Academia tem como Presidente Wills Leal. O seu Vice-Presidente é também, merecidamente, o meu primo Alex. O cara é louco por cinema. É abundante em criatividade. Sonha mesmo. Metas e mais metas. E ei-lo sempre ocupado na sua intelectualidade, nas coisas da literatura do cinema e não do cinema.
Fiquei também, como Alex, contente por ver o nome do meu tio como patrono da Cadeira n° 5 da Academia. Deus o levou, depois dos noventa e alguns anos. Era um verdadeiro soldado, uma vida toda cheia de trabalho. E não parava. Não tinha tempo para descansar. Construiu os prédios, onde instalou os seus cinemas. O homem era rojado. Fazia tudo. Fazia de tudo. Essa herança de trabalho e dedicação extraordinária deixou-a para o Alex, que, como eu, está com a cabeça da cor de algodão, não lhe faltando o impulso, o arrojo para novas metas, novas idéias. E dá aulas na Universidade. É um doido como o pai e eu. Quem o conhece sabe do seu valor. É amigo dos bons. Uma alma aberta ao diálogo. Toma um vinhozinho, sem prejuízo da saúde e do cumprimento dos seus deveres. Mora ali bem em frente ao Hotel Tambaú, na Av. “Tamandaré”. Nunca mais estive lá. Agora, lá todo mundo é doutor. E tem gente, querendo ir para o Canadá. Os filhos devem ter puxado ao pai e à mãe. Todo mundo é advogado, menos o filho Alexandre, que é formado em computação. Família bonita. Homogênea e feliz. Eles “caducam” entre si. Idealizam coisas maiores e melhores para o futuro. Um exemplo mesmo de família.
Alex é cineasta dos bons. Tem ganhado prêmios noutros Estados. O que ele faz é gostoso de ler e ver.
O Alex é um primo tão ideal que eu o tenho como meu irmão. Avalie só isto. Parabéns, primo Alex. Você granjeou para seu pai, meu tio “Biba”, um galardão “post-mortem”. O velho merecia de fato. Nesses dias, se Deus quiser, eu vou aí ao seu apartamento. Vamos comemorar com uma tacinha daquele vinho... daquele… daquele…"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Uma “Capitu” pop; mas, o que é do telespectador?



Cinema e Televisão são meios criados para, cada um em sua especificidade, informar bem o público. O primeiro diz respeito ao entretenimento, à diversão, basicamente; o segundo, à interatividade informativa/formativa, porquanto basear-se no fato corriqueiro do nosso quotidiano e por este influenciado. Agente repassador que é a tv – sempre foi e será – das “verdades” existenciais da nossa sociedade.
Recentemente, assistindo à nova minissérie da TV Globo – “Capitu” –, mais uma vez coube-me ratificar posicionamentos sobre o uso de linguagens audiovisuais, enquanto arte de massa, que vêm sendo utilizadas por ambos os medias. Opiniões essas amplamente já defendidas por mim, justamente em livro que publiquei objeto de tese de minha conclusão de Mestrado na Universidade de Brasília.
Não bastasse a afirmação do diretor Luiz Fernando Carvalho, de “Capitu”, segundo a qual “Machado de Assis é pop”; não bastasse o apuro técnico das imagens construídas, então, deveras criativas e em ritmo “clipsado”, e não bastasse, finalmente, a singularidade de sua construção narrativa de espaço/tempo revividos diferentemente do romance de Machado, essa nossa “Capitu”, mesmo em sendo “pop”, em termos de televisão, não convence.
Nossos telespectadores estão habituados com a dramaturgia linear de telenovela, cuja narrativa obedece ao tradicional início-meio-fim. Usualmente, quando se cria o recurso do “flashback” na narrativa, considera-se uma “volta ao passado” e isso é feito para “esclarecer” uma situação que se passa no presente. Ao contrário, a grande maioria do telespectador não se sentiu confortável com o tipo de narrativa usada em “Capitu”. E quantos não desistiram já a partir do terceiro capítulo...
Misto de teatro e videoclipe, com indiscutível qualidade imagética e performance criativa, mesmo assim, o trabalho de Luiz Fernando contraria um dos princípios básicos da TV, qual seja, o de dar ibope. Dados que conseguimos captar ao longo da semana que passou, muitas foram as desistências à minissérie da Globo. A alegação de rejeição disse respeito, sempre, ao método narrativo utilizado, embora visualmente belo, porém, confuso.
Válido enquanto exercício inovado de construção de imagens em movimento, típico de um cinema feito para intelectuais e de ousadas possibilidades narrativas, essa “Capitu” houve de jamais se dar a esse luxo enquanto produto televisivo. Por mais “pop” que tenha sido suas pretensões, e considerada como tal, produções dessa ordem se adéquam mais ao cinema que à televisão. Por razões estritamente óbvias...



ALEX SANTOS-Membro da Academia Paraibana de Cinema. E-mails: alexjpb@tahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br / contato@asprod.com.br

domingo, 14 de dezembro de 2008

Meu Pai, duplamente Imortal!



Patrono da Cadeira 5, da recém criada Academia Paraibana de Cinema, cuja indicação vem de ser o reconhecimento por toda uma vida dedicada à atividade cinematográfica, SEVERINO ALEXANDRE DOS SANTOS representa um dos pioneiros da Sétima Arte, na Paraíba. Seu empenho e estoicismo, desde os tempos em que o cinema ainda não tinha aprendido a “falar”, soube acalantar a fantasia e o devaneio de muitas gerações de cinemeiros.

Duplamente imortalizado nesta data de 12 de dezembro de 2008, “seu” Severino do Cinema, como era sobejamente conhecido na Cidade de Santa Rita e nos círculos profissionais da Cinematografia, dentro e fora do Estado, hoje recebe o Selo da Perpetuidade e do reconhecimento. Selo igualmente estendido aos quantos que, como ele, fizeram do “sonho em celulóide” a marca registrada, a saga venturosa de suas vidas em solo paraibano.

Duplamente imortalizado, principalmente para mim, seu filho, que já o tinha na condição de IMORTAL havia muito. Sobretudo, em respeito ao seu legado espiritual e familiar por todos nós assimilado e imitado – e não só “cinematográfico” –, sem ufanismos, cobranças, imposições... Herança essa focada no respeito à observação dos fatos, às pessoas, às coisas do nosso quotidiano. Espécie de “imitation of life”, que tanto têm virado “cinema” ao longo de nossas existências.

Pioneiro do “cinema mudo”, considerado também um estóico arquiteto e construtor de suas próprias Salas, na cidade em que viveu e morreu, “seu” Severino do Cinema será nome sempre lembrado. Que os écrans luminosos dos nossos ruidosos projetores do passado, que tanto contribuíram na edificação das memórias e fantasias, que ainda hoje desfrutamos, continuem sempre a projetar as imagens de uma aventura virtual e mágica, e que doravante possam se imortalizar na guarda da nossa querida Academia Paraibana de Cinema.

ALEX SANTOS – Cineasta e professor-mestre pela UnB/DF, E.mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

sábado, 15 de novembro de 2008

Contrapontos de um cinema inacabado


Oportunamente, às vésperas do 35º aniversário da morte do escritor e crítico literário Virgínius da Gama e Melo (agosto de 1974), uma reflexão se nos apresenta pertinente sobre a existência ou não de um Cinema Paraibano. Teria de fato uma “voz”, o cinema feito pelos paraibanos?

Durante muito tempo se discutiu sobre a possibilidade de existir ou não um cinema tipicamente paraibano. A rigor, melhor seria reconhecer-se a premissa de uma atividade cultural que, por razões óbvias, tende a passar essencialmente pelo crivo empresarial/industrial, para que possa realmente ter uma voz. E esse não terá sido o caso do nosso cinema (seja ele “paraibano” ou, simplesmente, “feito na Paraíba”), até porque, em verdade, este cinema sempre dependeu de uma “finalização”, que ainda hoje não dispomos.

Fundamentalmente de origem “documental”, estóica/persistente, nossa atividade cinematográfica aprendeu logo cedo a sistematizar as suas próprias condições de produção. Primeiro, nasceu “espiritualista”, sobre cuja rotulação preconizara tão bem o escritor Wills Leal (“Cinema & Província”). Depois, passou a vislumbrar as nuanças de um concretismo resistente, onde as ferramentas de realização jamais conseguiram ultrapassar a simples “idéia na cabeça e uma câmera nas mãos” e o frágil resultado empresarial advindo disso tudo.

Assim, retomando a reflexão sobre Virgínius, não que tenha sido ele um “expert” como realizador de filmes, mas pela contribuição “en passant” que dera ao cinema paraibano, haveríamos de creditar ao seu curta “Contraponto Sem Música” (1966) um bom exemplo do nosso verdadeiro cinema sem voz. Sem que isso possa desmerecê-lo na sua importância enquanto arte e esforço pessoal de realização fílmica, oportunamente mensurado por realizadores da mais alta expressão nacional, a exemplo do que ocorrera com o documentário “Aruanda” (1960), protótipo do mais vivo realismo social e antropológico dentro da cultura preconizada pelo Cinema Novo.

Contudo, o fato da existência de um documentário “mudo”, igualmente desprovido de qualquer “contraponto musical” que melhor assim o referenciasse no rol das inúmeras produções de uma geração ávida por realizar filmes, como é o caso de “Contraponto Sem Música”, confirma hoje a dimensão exata do que nos conferiam os óbices da arte fílmica, além das nossas próprias e reais condições técnicas de “realizador cinematográfico”, quando então o “sonho” prevalecia sobre qualquer razão concreta ao exercício de filmar.

O filme de Virgínius, no primeiro instante, se nos parecia não um retrocesso, mas uma espécie de “saída” aos óbices exigências de produção, porque excluía o som como recurso básico/finalizante à própria condição da realização cinematográfica, para “criar” um novo tipo de discurso narrativo. Uma forma de linguagem “cinemanovista” onde predominasse apenas a imagem como expressão maior de uma mensagem, no caso em tela, a personagem taciturna e até certo ponto fotogênica da atriz Edênia Boaventura, por cuja “beleza”, à época, se apaixonara, perdidamente, o fotógrafo do filme Machado Bitencourt.

ALEX SANTOS – Mestre em Comunicação Social pela UnB/DF, jornalista e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Academia Paraibana de Cinema

O meio cinematográfico local, numa atitude que reputo de havia muito necessária, vem de enamorar-se da mais nova sigla representativa às tradições do que fomos (e ainda somos) ao longo desses mais de cem anos de Cinema Paraibano. Uma sigla tão ou mais poderosa do que foi, anos atrás, a partir da segunda metade dos anos 50, a ACCP – Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba.
Naquela época, sob a égide de uma filosofia a la “Cahiers du Cinéma” e “Nouvelle Vague”, substancialmente respaldada no amplo pensamento crítico europeu, na eclosão do nosso cineclubismo e em filmes simbólicos e memoráveis, que nos fizeram a cabeça, haveríamos de ser cooptados a testemunhar e participar do surgimento da tão querida ACCP. Bons tempos de um cinema reconhecido, majoritariamente, na sua atonal “espiritualidade”.
Hoje, mesmo diante de uma realidade filosoficamente diferenciada, vimos realizar nosso segundo encontro para definir as bases da nova “sigla cinematográfica”: APC. Ou seja, Academia Paraibana de Cinema, aquele algo que sempre nos faltou: Um novo “set” de idealismo e desejo em reafirmar mitos e ecos de uma atividade ainda hoje reconhecida, interna e externamente, no nosso Estado.
Nas duas reuniões que realizamos, em setembro e nesse último final de semana, o mesmo entusiasmo dos quantos delas participaram. Nomes, atitudes e feitos cinematográficos, que não são poucos, ainda estão sendo buscados, catalogados à indicação da APC, cujo objetivo contempla, prioritariamente, o congraçamento entre os pares da nova instituição.
A imortalidade dos que construíram o pioneirismo do Cinema Paraibano, em todas as suas áreas, e continuam sendo lembrados, personizará os destinos da nossa Academia. Igual tributo terão aqueles de hoje, a cujas Cadeiras serão designados. Passado e presente, juntos, na cooptação do re/conhecimento das novas gerações à resistência cultural e aos feitos de um Cinema de Província, que se fez grande até os dias de hoje.