sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

OBJETOS NO JORNAL IMPRESSO POR SECYLIANA AMORIM
















Secylyana Amorim: Continuísta do filme "Antomarchi"

Curioso e interessante estudo sobre os objetos, a essência e funcionalidade deles no trato do jornalismo impresso, é o que contempla o recente trabalho da aluna de Graduação do Curso de Comunicação Social da UFPB, Secyliana Amorim Braz. Com fulcro em convicções pessoais e amparada em alguns dados bibliográficos, ela defende que “o objeto necessita da ideia conceitual para adquirir um formato”, que lhe possibilite ser mais bem assimilado por parte do leitor em potencial.

Invocando, ainda, alguns propósitos de Vilém Flusser (“O mundo codificado”), sob a coordenação de seu professor-orientador, a autora parte para um demonstrativo mais objetivo e conclui que “A análise dos objetos inseridos nos conteúdos do jornal impresso contribui para estimular a reflexão que consiste no questionamento sobre os nomes dos objetos, a funcionalidade que cada um possui e como o sentido da narrativa jornalística pode ser expandido, considerando a renomeação como suporte facilitador da linguagem utilizada no jornal.” Defende, igualmente, que “A essência do objeto é fator considerado na nova nomeação, sendo transmutada apenas para outro nome, conservando assim, a substância funcional.”

Argumenta Secyliana que “Os conceitos de matéria e forma dos objetos e a ponte histórica estabelecida, que remete ao processo da Revolução Industrial e suas implicações, também são definidos, com intuito de introduzir a pesquisa sobre os objetos e relacioná-las com as análises do jornalismo impresso.”

Tendo como parâmetro também de estudo algumas matérias publicadas por jornais locais, a autora discerne sobre a importância dos objetos do nosso cotidiano, quando afirma que “A relação do objeto com o cotidiano é outro fator relevante na análise, já que o objeto é o centro do contexto da narrativa jornalística e da vida cotidiana das pessoas.” E dá o exemplo de uma publicação com o título “Governo entrega biblioteca da Funesc”, sobre a qual reforça sua posição de que, “a partir do seu contexto, extraímos o elemento principal da temática, que é objeto atuante e que se relaciona diretamente com o conteúdo em evidência.”

Para Secyliana, “Na matéria é informado que uma biblioteca com um acervo de 93 mil livros foi entregue à cidade de João Pessoa, sendo o livro o objeto da reportagem.” Destaca também que “O livro pode ser considerado conceitualmente como um conjunto de folhas em volume impresso ou manuscrito, mas também é mais que isto: é um propagador de conhecimento que utiliza o conteúdo contido em seu interior para transmitir ideias.”

E acrescenta: “Os objetos são elementos que possuem formas e exercem funções que facilitam a execução de atividades. No cotidiano é possível verificar a existência de inúmeros bens que influenciam os hábitos diários das pessoas. (...) Por isso, se faz necessária a conexão fixada entre o objeto, significado do seu nome, sua funcionalidade, a abrangência do seu nome no contexto narrativo e o alcance exercido por este na vida cotidiana.”

O mais curioso desse trabalho de Secyliana Amorim, e que nos causa espécie, não seria só pelas questões abordadas e teses defendidas com certa profundidade, mas pelo fato de ser a autora, apenas, aluna graduanda em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal da Paraíba, ao lado de outras nove participantes, em sua maioria da Pós-Graduação do mesmo curso. Todas, igualmente signatárias de outros temas que enfeixam o livro “SÓCRATES RECORTA JORNAIS CRÁTILO DESENHA PALAVRAS - O NOME DAS COISAS NO JORNAL IMPRESSO”, sob a Coordenação do professor Wellington Pereira. A rigor, um belo trabalho, portanto, do Núcleo de Artes Midiáticas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFPB.

ALEX SANTOS – Vice-Presidente da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br / www.alexsanto.com.br

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