domingo, 6 de setembro de 2009

A opção é de novas salas e filmes especiais

Esta semana, em conversa com um amigo – considero-o um artífice do sonho e também fissurado em cinema, tanto quanto eu – senti suas inquietações sobre o destino da nossa Sétima Arte. Mais precisamente no diz respeito ao plano da exibição. Segmento este que conclui toda uma cadeia produtiva cinematográfica, desde que Griffith inventou de mexer em sua câmera, até então estática, teatral, e criar o que se cognominou de “gramática formal” da arte-do-filme.

Pois bem. Não apenas senti, mas constatei a enorme preocupação do amigo na questão da exibição de filmes, sobretudo em João Pessoa. Na ocasião, ele argumentava que as nossas salas perderam a magia, o écran, que iluminavam sonhos e nos instigavam à ritualística de irmos ao cinema. Porque esse gesto, hoje infelizmente perdido, também significava uma “arte cinematográfica” vivenciada por todos nós. Coisas de ontem, mas que podem ser revistas ao nosso hoje...

Não terá sido por menos que esse meu amigo – durante anos e anos colhendo mimos e prendas da época em que o cinema ainda tinha aprendido a falar – tem se mostrado ansioso com essa questão do cinema-exibição-habituê, propondo-me inclusive soluções. Apesar de sua formação em Física, mas voltada para as práticas da Arquitetura, na construção de prédios, tenho admirado seu desvelo pelo cinema enquanto Arte.

Nossa conversa aconteceu em razão de artigo que publiquei esta semana, no meu blog (www.alexsantospb.blogspot.com/), a partir de dados da ANCINE dando conta da necessidade que vem tendo o cinema em expandir sua rede de Distribuição e Exibição. Já que a Produção vem se dando muito bem nos últimos cinco anos. E foi com base nas questões da exibição de filmes de qualidade que repousou o nosso diálogo. Tendo como cenário (imaginem!) a sua própria “sala vip” de exibição de filmes.

Para o amigo Mirabeau – sobre quem jamais me permitiria sonegar o nome – é mister que existam alternativas às atuais salas de projeção de filmes nos shoppings centers. E não apenas salas mais confortáveis, mas que disponham de uma programação também especial, sem chavões ou rotulações de “Cinema de Arte”, apenas. Mas, que possam ser assistidos (e não simplesmente vistos) filmes verdadeiramente interessantes, como os considerados “Clássicos”, por exemplo. Nessa sua preocupação, amigo, assino embaixo!

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

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