quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um cinema que cresce em qualidade e aceitação



Atores globais dão sustentação ao filme brasileiro.
Juntamente com toda a Economia, o Cinema Nacional foi uma atividade que cresceu bastante no país, em qualidade e aceitação. Nesse ano que passou, um público de 135 milhões de espectadores e renda de mais de R$1 bilhão fizeram da produção de filmes, no Brasil, um negócio como poucos. O crescimento foi nada menos de 19% de espectadores e de cerca de 30% na renda, em relação a 2009. Desde o início dos anos oitenta, não se via tamanha performance de aceitabilidade ao filme brasileiro.

Esses dados são fornecidos pela ANCINE, Agência Nacional de Cinema, o que nos comprova que a indústria brasileira de filmes encontra-se mesmo em ascensão. Só a iniciativa privada continua desdenhando a importância desse negócio, que só tende a crescer. O empresariado precisa investir com força nesse marketing. Está provado que esse é um dos caminhos mais promissores para a economia nacional. O cinema americano vem perdendo também, economicamente, quando passa a desdenhar o lobby e a importância de sua “galinha dos ovos de ouro”: Hollywood.

Não obstante, uma constatação se sobrepõe a esse tipo de reflexão que ora vimos fazendo. É o fato de que a mídia, sobretudo eletrônica, tem de pós-produzir os nossos filmes. Divulgando de fato a sua importância não só como produto cultural, mas, sobretudo, de entretenimento. Não sem razão que as produções respaldadas pela TV Globo têm tanta aceitação. “Tropa de Elite 2”, mais global que nunca, lidera o ranking de bilheteria em quase 12 milhões de espectadores, com mais de 7 milhões de reais em renda.

Filmes como “O Bem Amado”, “Xuxa”, “Quincas Berro D’água”, sem falar de “Chico Xavier”, uma das maiores bilheterias de 2010, todos eles coproduzidos pela Globo Filmes e Estação da Luz, com recursos também da Petrobrás, são produções que trazem como crédito a “cara global”. Quer dos atores da casa ou na direção, enfim... Ainda por cima com distribuição garantida através de antigas marcas do cinema, como a Columbia Pictures, Sony Pictures, Downtown Filmes e tantas outras.

O que precisamos mensurar agora, e aí seria outra estória, é a distância que separa essas ricas produções globais, também financiadas com verbas de governo, das outras consideradas “independentes”. Realizações também de igual importância e valor cultural para o cinema nacional, mas que não gosam de certos privilégios, que sabemos existirem... Segundo dados da ANCINE, à exceção de “Lula, o filho do Brasil”, todos os filmes do ranking captaram recursos através das leis federais de incentivo. Alguns destes títulos receberam, também, aporte do Fundo Setorial do Audiovisual. É isso aí... um País que não é de todos. Menos, ainda, de um cinema considerado “marginal”.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, jornalista, professor e cineasta.
E-mails:
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