sábado, 26 de dezembro de 2009

APC celebra o Dia Mundial do Cinema

A Academia Paraibana de Cinema inaugura sua sede, nesta segunda-feira (28), no Espaço Cultural José Lins do Rego, dentro de uma vasta programação comemorativa ao Dia Mundial do Cinema. O evento contará com a participação dos membros da APC, de autoridades locais e simpatizantes da Sétima Arte, na Paraíba, e premiará também os realizadores escolhidos durante o FestCine Digital do Semi-Árido.

O FestCine Digital do Semi Árido é uma realização da Empresa AS Produções Cinema e Vídeo, que se desenvolveu durante os meses de novembro e dezembro deste ano, nos Municípios de Campina Grande e Cabaceiras, na Paraíba, além de Juazeiro do Norte e Mossoró no Rio Grande Norte. O FestCine teve o apoio do Banco do Nordeste do Brasil e foi coordenado pelo jornalista Wills Leal, com ajuda de representações dessas cidades.

Também nesta segunda-feira, durante o evento serão entregues os Troféus “Walfredo Rodriguez”, “João Córdula” e “Machado Bitencourt”, respectivamente, aos três primeiros trabalhos selecionados durante o FestCine Digital, além de prêmios em dinheiro nos valores de mil, quinhentos e trezentos reais aos três melhores colocados. O evento da Academia Paraibana de Cinema nesta segunda-feira (28) homenageia, igualmente, o esforço de figuras importantes do nosso Cinema, agora representadas pelo que já se chama de o “Oscar Paraibano de Cinema”.

A parceria do Banco do Nordeste com a AS Produções Cinema e Vídeo, empresa paraibana que vem desenvolvendo há mais de dez anos consistente trabalho no campo da produção audiovisual e cinematográfica, no Estado, foi decisiva para o sucesso do FestCine. Parceria essa formatada pelas duas instituições promotoras, representadas por seus titulares, o Gestor Cultural do BNB Hemilton Parente de Menezes e o Diretor Presidente da AS Produções Alexandre Menezes Cavalcanti.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Brasileiros que vivem à margem do cinema

A perplexidade de alguns poucos brasileiros, quando se deparam com uma tela grande de cinema, é notória e verdadeiramente comovente. O écran luminoso e o dimensionamento de suas imagens conduzem o espectador ao encantamento de um mundo que jamais tinha visto em toda sua vida. Mesmo que a “telinha” já o tenha levado a outros visuais semelhantes.

Implementar uma política de valorização cultural e de inclusão social, através da criação e/ou restauração de Salas de Cinema, em cidades com população entre 20 mil e 100 mil habitantes, se nos parece uma das medidas mais acertadas que o Governo Federal está desenvolvendo nesse momento, através do Ministério da Cultura, em parceria com a Ancine (Agência Nacional de Cinema).

Ora, a constatação pelo IBGE de que mais de oitenta por cento dos brasileiros não vêem cinema neste País, levando-se em conta que essa terá sido uma das artes mais populares do mundo, tal estatística representa mais que uma triste constatação, mas algo grave a ser igualmente corrigido. Razão porque, na atual retomada da produção cinematográfica, o governo parece ter acordado e vem tomando providência para sanar o problema.

Na Paraíba, por exemplo, de pouco mais de duzentos e vinte municípios hoje existentes, apenas a Capital e cidades maiores dispõem de salas de cinema, assim mesmo em “shopping centers”. Para se ter uma idéia da importância da iniciativa do governo, vale destacar que são 1.371 os municípios brasileiros que se encaixam nesse perfil de populações superiores a vinte mil e inferiores a cem mil habitantes.

Agora, pasmem! Desses municípios, apenas dez por cento possuem salas de projeção cinematográfica. O que é muito pouco, em sendo o cinema um dos equipamentos de entretenimento da maior aceitação pública, que carece de acesso fácil pela classe média e cujo mercado de trabalho vem sendo testado e se mostrado cada vez mais promissor, principalmente nos últimos anos. Moral da questão: Faça-se do Cinema um dos grandes meios para a inclusão social neste País!...

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta, E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

domingo, 6 de dezembro de 2009

Relendo tópicos das “emotions” divergentes

Sem embargos de outros entendimentos/compreensões sobre artes, notadamente Cinema, diria que a geração dos anos 60 cuidou mais das questões da leitura e da análise dos filmes então produzidos. Não que se tenha sido de uma época apenas glamorosa cinematograficamente, como dizem alguns, e até diferenciada no seu modo de ver intelectualmente, mas porque só tínhamos de concreto e objeto de análise da imagem em movimento o cinema; A Televisão constituía, até a chegada do VT (1960), apenas uma nova mídia publicitária, sem maiores preocupações com a Dramaturgia.

Faço este prólogo motivado por curiosidade de uma amiga do Paraná – sobre quem me reservo o direito de não mencionar o nome –, seguidora do nosso blog, que argumentava comigo sobre as questões da Linguagem no cinema e na televisão. Tema que abordei na semana passada (“Cinema e TV: diferenças entre representado e representação”), discutindo tais parâmetros através do uso dos discursos imagéticos em ambos os “media” – cinema e tv.

Sem querer descer a detalhes científicos sobre Linguagem, e revendo artigo que escrevi neste mesmo espaço, em junho de 2007 (“Cinema e Televisão: ‘emotions’ divergentes”) diria que: o telespectador, circunstancialmente, seria mais acomodado e menos atento aos detalhes lingüísticos da imagem que o espectador de cinema. A razão disso é simples e está na maneira como são assistidas essas imagens, tanto no cinema como pela tv.

No caso do cinema, a sala escura e a grande tela dão uma dimensão colossal e diferenciada à imagem. Esse mister consubstancia o que entendemos pelo imperativo: “no cinema”. Enquanto em versão televisiva, essa mesma imagem teria outra dimensão de leitura, qual seja: “pela tv”, que descompromete, de certo modo, o apreciador a um envolvimento maior com a imagem assistida, dando-lhe uma visão mais imediata do “fato” assistido.

Ora, as duas condições assistenciais (“no” e “pela”) impõem ao espectador ou ao telespectador, respectivamente, percepções diferenciadas não apenas em função do espacial dimensionamento da imagem – da “telona” ou da “telinha”. No primeiro instante, esse fato ocorre em razão da intensidade emocional e envolvimento, maior ou menor, que ambas as imagens representam e influenciam aos que as assistem.

Há certo preconismo de que o “mass media”, pela sua ampla penetração (aberta ou fechada) na Sociedade, possibilita o maior conhecimento de uma Arte. Discordo, em parte, dessa afirmação. Prefiro considerar que o Conhecimento Artístico, a rigor, implica numa série de outros “conhecimentos”, entre os quais o envolvimento pessoal de quem a assiste, seu interesse, gosto estético, origens da própria obra e de que forma ela foi concebida, enfim...

Pela sua própria natureza tecnológica, “friamente” descomprometida, de certa maneira, a televisão nos tem negado quase todas as qualidades necessárias ao pleno, real e verdadeiro entendimento da obra de arte. Até porque ela nunca foi Arte. Não que a tv não tenha o seu valor enquanto mídia, sobretudo informativa, indutiva, midiática, comercialmente falando persuasiva, contudo, falta-lhe “humanidade” na composição de suas imagens. Atributo este, que é próprio do verdadeiro cinema.

A questão básica e pertinente é: as telenovelas, os seriados feitos sob a “ótica” de uma produção cinematográfica e da dramaturgia desta, a rigor, o que realmente são: Televisão ou cinema? Somando-se esta à questão da interatividade televisiva, hoje amplamente preconizada, realmente, haverá de ser um novo “plot” da questão...

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cinema - produto de barganha por atacado

Abro o jornal é lá está um anúncio de quarto de página, que reputo um dos mais inusitados. Não que os “anúncios comerciais” sejam estranhos. Não é o caso. Mas, terá sido o daquele “produto”, diria a maneira escandalosa como foi feita, seu apelo de venda, o motivo do meu espanto, do meu desconforto.

Jamais tinha visto qualquer forma de Arte ser “vendida” de uma forma tão inadequada e desrespeitosa como aquela. Com mais de um século existindo, os anúncios de sua singular presença cultural na Sociedade, no mundo todo, sempre foram de maneira diferenciada, até por se tratar de uma Arte de Entretenimento.

Não obstante ser, também, até certo ponto um produto comercial, o Cinema sempre foi e deve ser encarado como uma das artes mais diferenciadas que conhecemos. A maneira como vem de ser anunciada, em todos os tempos, literalmente difere dos demais produtos. Assim como o Teatro, a Música, a Literatura e demais recursos artísticos que se prestam à criação humana.

Pois bem, aquele anúncio de gosto duvidoso estampado num dos nossos principais jornais reflete, talvez, o desconhecimento de quem o produziu sobre a importância e o significado do que seja realmente ARTE! E até confunde sentimento artístico com pecúnia, quando assim se expressa: “Não gaste seu dinheiro à toa. No Cinema do Shopping Tambiá você tem qualidade, tecnologia, os melhores filmes, a melhor pipoca e ainda paga bem menos.”

I m p r e s s i o n a n t e!...

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema – E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

domingo, 22 de novembro de 2009

Vegetalismo cenográfico: da natureza do próprio Cinema

A Natureza, com todos os seus elementos “cênicos”, sempre me foi simpática a um olhar cinematográfico. Talvez, por isso, sempre tenha tido inclinação por filmar (ou gravar) no campo. Trata-se de um impulso pessoal e muito natural, se examinado todo o meu trabalho, desde “Os Pescadores do Sanhauá”, “O Ciclo da Mandioca” e, sobretudo, “Arribação”..., no final dos anos sessenta.

Reforce-se a essa minha preferência os primeiros encantamentos que tive quando criança, que dava preferência aos “cow-boys” exibidos nos cinemas do meu pai. Mas, tais observações preferenciais vieram também de leituras de temas regionais, que me fizeram a cabeça logo cedo. A exemplo de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Câmara Cascudo, os nossos Zés Lins e Américo, o poeta Américo Falcão (das praias de Lucena) e tantos outros.

Razão essa que me fez fugir um pouco dos temas urbanos, deitando um “olhar cinematográfico” (até romântico, confesso) sobre o telurismo, o vegetalismo, cujo visual nos remete mais à Natureza; aos temas de raízes campesinas, como o Cangaço, por exemplo. E sempre defendi que o nosso Cinema se identifica mais com esse temário que com situações de polícia correndo atrás de bandido nos centros urbanos. Desculpem-me, mas é só uma questão de franqueza e opção...

Sobre isso, tenho buscado referências no campo comercial cinematográfico brasileiro, desde os desencantos da Vera Cruz, dos “carnavalescos” da Atlântida, do romantismo da Cinédia... sendo quase impossível encontrar uma boa sustentação para o nosso cinema fora o rural. Que me consta, e se não me engano, com raras exceções, os temas urbanos têm caído na mesmice, sobretudo os de “ação”, cuja pirotecnia visual remonta os artifícios da famigerada Hollywood.

A reflexão então colocada reforça-se com uma viagem que fizemos ao interior da Paraíba, neste final de semana, para as primeiras locações do curta-ficção que pretendemos rodar em fevereiro do próximo ano. Um dia todo em plena caatinga brava, dentro da vegetação ressequida pelo sol, fazendo as primeiras prospecções ambientais e cenográficas me remeteram aos áureos anos 60. Mas, aí é outra estória!...

ALEX SANTOS - da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Cinema e TV: diferenças entre representado e representação

Numa das aulas de Sonoplastia do curso de Comunicação Social da UFPB, um dos meus alunos mostrou-se curioso em saber sobre as diferenças de linguagens entre o cinema e a televisão. Fez-me uma série de indagações, justamente com base em leituras sobre algumas posições que sempre defendi e que fazem parte do nosso livro “Cinema e Televisão – Uma relação antropofágica” (A União/2002).

Disse-lhe, então: A televisão, ao contrário do cinema, funciona na contramão do seguinte entendimento: Subordinando o representado à representação. E expliquei: Em sendo mediática, próprio da sua natureza, a tv muitas vezes contenta-se com um tipo de imagem “improvisada”, de momento, já que a realidade (sua “matéria-prima”) segue seu curso normal e não espera. Não menos porque o tempo televisivo, que está sempre prisioneiro do tempo real, impõe ao próprio veículo as férreas leis de um tempo sempre presente, verdadeiramente instantâneo, o que é uma característica da mídia eletrônica.

Numa compreensão cinematográfica, sobretudo no estudo da sua gramática, existe uma máxima de que “o Cinema subordina o Representado (realidade/fato) à Representação (imagem construída)”. Fica claro este entendimento, quando percebemos a complexidade da narração fílmica, em colocar novos parâmetros psicológicos de leitura e de compreensão aos fatos já ocorridos, dando-lhes uma feição de Arte. Quando muito, a televisão poderia modificar o tempo expressivo e psicológico, porém com mais dificuldade que o cinema. Daí a razão pela qual não se deve entender televisão como arte.


Um outro dado configuraria melhor a originalidade temporal televisiva: o sistema imediato das transmissões abertas e diretas, consubstanciando hoje bem esse mister, fazendo do tempo real a base de todo o raciocínio aqui defendido. A linguagem empregada pela tv, sempre, houve de ser a de um programa em “real time”, embora gravado de forma e intenção muitas vezes meramente “cinematográfica”. Veja-se o caso das Telenovelas, dos Seriados...


O Telecine é um bom exemplo, com sua linguagem própria, televisiva, ou ainda com o tempo de um filme feito para cinema; com linguagem também específica, mas para ser apresentado na mídia eletrônica, como os Seriados, por exemplo. Na realidade, seriam dois tempos diferentes: o tempo real, usado pela tv e para ela mesma, e um outro tempo, o “não-real”, representativo (cinematográfico), mas para ser igualmente usado e adaptado aos interesses da “telinha”.


Existiriam outras classificações para o real entendimento desse problema. Mas, a rigor, acreditamos ser a “relação temporal” entre a ação e sua possível transmissão, através de programa aberto e direto, a que se adequaria mais exatamente à linguagem televisiva. Razão que nos leva não mais creditar bônus e credenciais ao Documentário como Cinema, porque este deve ser entretenimento e não apenas um registro de imagens informativas da nossa “realidade”, característica daquele, simplesmente.


O acompanhamento de um fato social pela reportagem de televisão, gravado (e não filmado) enquanto ele acontece – “ao vivo” –, uma partida de futebol transmitida no instante em que se joga, por exemplo, seriam ações relevantes dentro desta nossa discussão, porquanto são consideradas “ações reais”, temporais; jamais de natureza ficcional, esta, que é própria do cinema.


ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, Professor e Cineasta.
E-mails: alexjpb@yhaoo.com.br / contato@asprod.com.br

domingo, 25 de outubro de 2009

A solução está na criação de novas salas

Neste final de semana, vendo na TV uma entrevista do cineasta paulistano Ugo Giorgetti (“Boleiros”), fiquei ainda mais convencido da necessidade de se abrirem novas salas de cinema, em lugares onde as populações mais pobres possam ter acesso a esse meio de entretenimento. Opções reais, que não fiquem, apenas, em saletas de “shopping centers” ou coisa que o valha.

Para Giorgetti (foto), posição que também já defendi nesta coluna, a questão do “Vale Cultura” (extensivo ao cinema) não vai resolver de todo o problema do cinema nacional. Uma arte que ainda mostra a cara porque, a rigor, tem sido amplamente subsidiada pelo governo, através dos diversos incentivos que hoje conhecemos. Mas, o cinema enquanto diversão popular precisa de muito mais...

Também, na semana que passou, uma aluna me fez em sala de aula a seguinte indagação: “Professor, por que o nosso cinema, que é muito bem considerado no mundo todo, ainda não tem uma independência econômica?” Uma pergunta até certo ponto interessante e pertinente, justo num momento em que a nossa produção de filmes tem crescido consideravelmente, dentro de três parâmetros financeiros: com recursos próprios do realizador e/ou do governo, muito menos do empresariado brasileiro. Com apoio deste, diferente e excepcionalmente, estamos concluindo uma produção de média-metragem até o final deste ano.

Voltando a Ugo Giorgetti sobre o assunto, ele é de opinião que o cinema nacional “sempre foi uma atividade subvencionada pelos governos”. Quando pretendeu ser independente, sucumbiu. E cita o exemplo da própria Vera Cruz, no seu estado, querendo ser uma “indústria de cinema”, assim como Hollywood, mas faliu. O que tem faltado, e aí estou com o seu ponto de vista, é o aporte da iniciativa privada. Foi assim que o cinema Tio Sam progrediu e continua se destacando até hoje.

Agora, para o conhecimento da minha perspicaz aluna, com base em experiências de todos esses anos de malogradas buscas de patrocínio, e não apenas no plano da Produção, mas da Exibição de filmes, diria que uma das soluções para o caso em foco é a participação direta dos nossos empresários. Já existem dispositivos legais para esse fim, mas o empresariado tem se mostrado irredutível em querer apoiar as artes neste País, menos ainda o Cinema, por ser uma atividade cara, alegam.

Assim, minha interessada aluna, quando a Indústria e o Alto Comércio enxergarem a importância do Cinema, não apenas como uma forma de entretenimento, de lazer, mas uma fonte de investimento é possível que a nossa produção seja mais abundante e economicamente viável neste mesmo País, onde, principalmente nos últimos tempos, as coisas da pecúnia têm reagido consideravelmente bem.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema. e.Mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

APC vai lançar Prêmio de Cinema Paraibano

A Academia Paraibana de Cinema realizou no final da semana que passou mais uma importante reunião. O local foi o Cine Mirabeau, cujo proprietário da sala e acadêmico Mirabeau Dias vem dando especial atenção aos assuntos que dizem respeito à entidade. O encontro contou com vários membros da APC, entre os quais o presidente Wills Leal e componentes de sua Diretoria.

Com uma pauta bastante longa, a reunião que durou mais três horas, na oportunidade foram discutidos vários assuntos relativos ao funcionamento da entidade, tais como, prestação de contas, o atual registro da APC e seus programas futuros. Algumas ações programadas para o próximo FestAruanda, que deve acontecer ainda este ano, foram igualmente debatidas, inclusive com a presença dos organizadores do festival.

Durante o encontro, destaque para a discussão do Regulamento do Prêmio APC de Cinema Paraibano. Esse, que está sendo considerado o mais importante prêmio a ser concedido aos profissionais da atividade cinematográfica, na Paraíba. Sua forma em troféu já está sendo projetada, e deve ser confeccionado por um dos artistas plásticos, também paraibano. Também está previsto valores em dinheiro para os primeiros colocados.

Participaram da reunião, além do presidente Will Leal, o vice-presidente da entidade Alex Santos, o Diretor Executivo José Bezerra, além de membros do Conselho da APC, Iveraldo Lucena, Mirabeau Dias, Manuel Jaime. Presentes também, os acadêmicos Pedro Nunes, Lúcio Vilar, João de Lima, Zezita Matos e Vânia Perazzo.

ALEX SANTOS – Cineasta e professor da Academia Paraibana de Cinema.
E-mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

domingo, 4 de outubro de 2009

O iniciador paraibano dos “Caminhos do Cinema”

Natural do Município de Monteiro, na Paraíba, ele é considerado um dos iniciadores dos “Caminhos do Cinema” (Agir-1958), em nosso Estado. Título do primeiro livro igualmente importante sobre cinema, numa época em que tínhamos sempre em mãos algumas publicações de outros estados, exemplo da Revista de Cultura de Belo Horizonte, e até estrangeiras como a “Cahiers du Cinéma”, que nos proporcionaram indicações importantes sobre a arte-do-filme européia. Uma de minhas principais Escolas.

Pois bem, a morte do intelectual católico e humanista José Rafael de Menezes, nesse final de semana, nos deixa ainda mais pobres. Órfãos de uma tradição cinematográfica havia muito cultuada e respeitada por toda uma geração cinqüentenária, da qual orgulhosamente fizemos parte. Sua passagem ao patamar da espiritualidade encerra, se não me trai a memória, uma fase onde a Igreja via o Cinema como uma forma congraçadora, humana e não como arte exacerbada e, de certo modo desagregadora.

Sócio benemérito da nossa Academia Paraibana de Cinema, Zé Rafael (como era carinhosamente chamado) enxergou no cinema, através do seu livro “Caminhos do Cinema”, uma longa e promissora estrada onde Técnica e Humanidade cultural podem conviver plenamente – A uma auxiliando a outra de forma conciliadora e respeitosa. Um cinema construído jamais em detrimento do Homem e dos mais puros sentimentos cristãos. Essa, de fato, foi a mensagem do paraibano em seu livro sobre cinema, espécie de bíblia iniciadora de todos nós que fizemos a Geração 50/60.

Quando escreveu também “O Humanismo Socialista de Joaquim Nabuco” (Editora Bagaço/1999), quarenta anos depois, Zé Rafael ratificava suas posições filosóficas sobre o humanismo. Embora sob um viéis socialista, dissecando o “abolicionismo histórico do pernambucano Joaquim Nabuco, sua performance, como figura humana de intelectual, de ideário e comportamento sui-generis no cenário nacional.”

Na Paraíba, José Rafael de Menezes ocupou a Cadeira 50 do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), que tem como patrono José Américo de Almeida, sendo ainda membro da Academia Paraibana de Letras, Cadeira 25, da Academia Paraibana de Cinema e do Instituto Histórico e Geográfico do Cariri paraibano, Cadeira nº 60, e da Academia de Letras e Artes do Nordeste, Cadeira 49. Em Recife, onde viveu muitos anos, fez parte da Academia Pernambucana de Letras, Cadeira 05.

A Academia Paraibana de Cinema, por sua vez, lastimando a enorme perda, através do sentimento de toda a classe cinematográfica paraibana, registra suas condolências à família do ilustre paraibano de Monteiro, um dos iniciadores do movimento cineclubista em nosso Estado.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

APC conclui regulamento de Grande Prêmio

A comissão designada pelo Presidente da Academia Paraibana de Cinema, escritor e jornalista Wills Leal, acaba de compor o Regulamento daquele que será o maior prêmio de cinema oferecido a produções realizadas dentro e fora do Estado da Paraíba. O prêmio a ser outorgado às diversas categorias da atividade cinematográfica e audiovisual, pelo Conselho Acadêmico da APC, denominar-se-á "Grande Prêmio do Cinema Paraibano" e será entregue, anualmente.

O “Grande Prêmio do Cinema Paraibano” terá por finalidade contribuir para a elevação e a promoção do cinema paraibano, regional e brasileiro junto à população de um modo geral, possibilitando o reconhecimento da qualidade técnica e artística de seus filmes e buscando a confraternização entre os profissionais que os fazem.

O Conselho Acadêmico da APC outorgará, anualmente, prêmios às seguintes categorias: Longa-Metragem: Melhor Filme de Ficção; Melhor Filme de Documentário; Melhor Filme de Animação; Melhor Direção; Melhor Direção de Fotografia; Melhor Atriz; Melhor Ator; Melhor Atriz Coadjuvante; Melhor Ator Coadjuvante; Melhor Direção de Arte; Melhor Montagem; Melhor Roteiro; Melhor Som; Melhor Trilha Sonora.

Na categoria de Curta-Metragem, o regulamento prevê prêmios para Melhor Filme de Ficção; Melhor Filme Documentário; e Melhor Filme de Animação. Está previsto, ainda, para a Televisão, as seguintes premiações: Melhor Produção Independente em Telefilme; e Melhor Obra de Dramaturgia em Telefilme.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema. Professor e cineasta. E-mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

NUDOC: Trinta anos de Cinema

Está lá, no nosso livro “Cinema & Revisionismo” (1982), de forma simples e clara toda saga e os matizes de importância de um cinema paraibano que se fez grande. Sempre grande! Cinema cujo foco desceu igualmente a Serra da Borborema até o litoral, respaldado nos cursos da FURNE e pela Cinética Filmes (leia-se: Machado Bitencourt), para dizer que ali também existia. Cinema aquele de certa forma ignorado e que fizemos questão de apoiar, quando da realização dos três últimos Festivais de Arte de Areia. E não terá sido este favor algum, mas o reconhecimento ao fato histórico, às tradições e memórias da arte-do-filme, a exemplo do que ocorreu recentemente na APL ao nosso Cinema.

Quando no reitorado de Lynaldo Cavalcanti, final dos anos setenta, fomos designados (Portaria R/GR n° 024/79 para integrar a Comissão de Implantação do Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC), ficamos também com a responsabilidade de levar à frente as propostas institucionais do órgão recém criado. Propostas essas, então ambiciosas, que se afinavam à dinâmica e às aspirações de realização cultural/artística da própria UFPb. Era época do nosso grande projeto documental de cinema para a Parahyba, cujo segmento vinha de ser apoiado amplamente pela imprensa escrita e falada de João Pessoa, e até de fora do nosso estado.

Movimentos de cineclubes e o Cinema Educativo (do nosso quase nada lembrado João Córdula) não menos nos apoiaram, além dos organismos de classe como a API e a própria Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba (ACCP). Adesões à época consubstanciadas no efervescido instante cultural do então Cinema Novo e no feito magistral de “Aruanda”. Tradição esta que de quando em vez nos tem dado uma séria responsabilidade com o repasse da História do Cinema Paraibano, nas vezes que a ela aludimos em publicações e até em sala de aula com os nossos alunos. Importância e fidelidade ao fato histórico, sempre! Fato este que pode até mesclar-se de nuanças variadas, mas sem riscos de omissão a uma maior gravidade cultural e histórica.

Por que tanta prudência com a verdade histórica? Versões ainda hoje existem – não mais alimentadas nas aspirações de “Aruanda” – sobre o desvio de finalidade inicial que teria adotado o Nudoc, algum tempo depois, quando do seu instante de criação ao estágio da atividade cinematográfica propriamente dita. Idas e vindas á parte, contado/medido o tempo, apesar do interesse recente de alguns poucos, restou apenas o sucateamento nuclear que hoje herdamos. Sem nenhum demérito ao próprio e confuso acervo de som e imagem ali existente, certamente remanescido em grande parte do antigo/esquecido Museu da Imagem e do Som - MIS/PRAC/UFPb.

Celeumas à parte, todo este prólogo é para justificar certo desconforto que ainda nos é causado pelas omissões históricas, de tempos em tempos, quando se tenta pela imprensa, sobretudo escrita, repassar a História do Cinema Paraibano escamoteando algumas de suas mais cristalinas verdades. E o Nudoc, cujo legado ainda hoje existe, celebrado este mês nos seus trinta anos de existência, vem de representar essa grande saga a que nos referimos sempre: um cinema forjado por paraibanos (foto) no mais puro artesanato, como lembraria o nosso saudoso Barretinho, “um cinema feito na Paraíba!”.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

domingo, 6 de setembro de 2009

A opção é de novas salas e filmes especiais

Esta semana, em conversa com um amigo – considero-o um artífice do sonho e também fissurado em cinema, tanto quanto eu – senti suas inquietações sobre o destino da nossa Sétima Arte. Mais precisamente no diz respeito ao plano da exibição. Segmento este que conclui toda uma cadeia produtiva cinematográfica, desde que Griffith inventou de mexer em sua câmera, até então estática, teatral, e criar o que se cognominou de “gramática formal” da arte-do-filme.

Pois bem. Não apenas senti, mas constatei a enorme preocupação do amigo na questão da exibição de filmes, sobretudo em João Pessoa. Na ocasião, ele argumentava que as nossas salas perderam a magia, o écran, que iluminavam sonhos e nos instigavam à ritualística de irmos ao cinema. Porque esse gesto, hoje infelizmente perdido, também significava uma “arte cinematográfica” vivenciada por todos nós. Coisas de ontem, mas que podem ser revistas ao nosso hoje...

Não terá sido por menos que esse meu amigo – durante anos e anos colhendo mimos e prendas da época em que o cinema ainda tinha aprendido a falar – tem se mostrado ansioso com essa questão do cinema-exibição-habituê, propondo-me inclusive soluções. Apesar de sua formação em Física, mas voltada para as práticas da Arquitetura, na construção de prédios, tenho admirado seu desvelo pelo cinema enquanto Arte.

Nossa conversa aconteceu em razão de artigo que publiquei esta semana, no meu blog (www.alexsantospb.blogspot.com/), a partir de dados da ANCINE dando conta da necessidade que vem tendo o cinema em expandir sua rede de Distribuição e Exibição. Já que a Produção vem se dando muito bem nos últimos cinco anos. E foi com base nas questões da exibição de filmes de qualidade que repousou o nosso diálogo. Tendo como cenário (imaginem!) a sua própria “sala vip” de exibição de filmes.

Para o amigo Mirabeau – sobre quem jamais me permitiria sonegar o nome – é mister que existam alternativas às atuais salas de projeção de filmes nos shoppings centers. E não apenas salas mais confortáveis, mas que disponham de uma programação também especial, sem chavões ou rotulações de “Cinema de Arte”, apenas. Mas, que possam ser assistidos (e não simplesmente vistos) filmes verdadeiramente interessantes, como os considerados “Clássicos”, por exemplo. Nessa sua preocupação, amigo, assino embaixo!

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

sábado, 29 de agosto de 2009

Cinema: contradições entre apoio, produção e exibição

A soma não é de se jogar fora. Muito menos ignorá-la. Sob a chancela da chamada Cota de Tela, o Governo vai injetar quase um bilhão de reais no mercado cinematográfico brasileiro através do PAR 2009 - Prêmio Adicional de Renda. Uma espécie de “PAC” da Cultura, que objetiva tirar da letargia a distribuição de filmes nacionais, já que a produção está com a carga toda.

O PAR é um mecanismo de apoio automático às empresas de cinema, nos seus três segmentos representativos: produção, distribuição e exibição. Embora haja certa euforia no meio cinematográfico com o apoio, há de se considerar que, nessa espécie de cadeia produtiva, existe o lado mais carente que é o do mercado exibidor. Fato que vem de ser reconhecido, inclusive, pelo próprio Diretor-Presidente da ANCINE, Manoel Rangel (de terno na foto).

Conforme disse em entrevista recente, “o baixo número de salas de cinema e a sua concentração nos grandes centros urbanos representam um entrave ao desenvolvimento sustentado da indústria. Com quase 200 milhões de habitantes, temos apenas 2.278 salas de cinema, distribuídas em 409 municípios”.

Pois é. Enquanto a produção de filmes aumenta, situação que vem se mostrando auspiciosa para o nosso cinema, o número de salas diminui, configurando uma verdadeira contradição. Talvez por isso a ANCINE venha apoiando os cinemas de uma e duas salas com recursos do PAR, desde a implementação do programa há mais de quatro anos. A ampliação dos mercados de exibição é um dos nossos maiores desafios.

Agora mesmo, não sei se tocado por essa realidade, o IPHAEP tenta a todo custo reativar duas salas de cinema em Campina Grande: o Capitólio e o São José. Ambos, totalmente abandonados pelos Poder Público local. No caso específico do São José, trata-se de uma novela que vem se arrastando havia anos. Com essa nova investida do Governo do Estado, junto à Prefeitura local, é possível tenhamos algum desfecho favorável para as duas tradicionais salas de cinema daquela cidade.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Memorial do Cinema Paraibano - I

As entidades mais representativas da cultura cinematográfica e do seu meio produtivo, na Paraíba, firmaram um Protocolo de Intenções em dezembro de 2007, durante a realização do III FesAruanda. O objetivo desse protocolo foi o de gerar soluções para alguns problemas que envolvem o cinema paraibano, dentre os quais a preservação dos nossos acervos materiais e imateriais.

Sob aspiração de um grupo mais comprometido com a atividade cinematográfica no nosso Estado, tendo à frente a Academia Paraibana de Cinema, essas pretensões estão de volta e se corporificando, na medida em que um projeto está sendo agora implementado para a criação, implantação e manutenção do Memorial do Cinema Paraibano. Uma antiga aspiração dos que tratam a Sétima Arte como um dos segmentos mais importantes da nossa Cultura.

O Governo do Estado, Prefeitura Municipal de João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, Unipê, ABD-PB, que, à época, subscreveram o Protocolo, estão sendo novamente contatados sobre o assunto, pela Academia Paraibana de Cinema. O IPHAN, cuja política de preservação tem repercutido bastante nos últimos tempos, está examinando também o Projeto do Memorial do Cinema Paraibano.

O Protocolo, anteriormente assinado por todos os organismos acima citados, traz algumas propostas geradoras de soluções para o nosso cinema. Entre as quais, implantar o Memorial em local apropriado às suas reais funções – servir como centro de pesquisa cinematográfica e de apoio às produções aqui realizadas; Adquirir, manter e preservar todos os acervos iconográficos, literários e fílmicos, que se destinarão ao conhecimento público.

Em recente reunião dos membros da Academia Paraibana de Cinema, realizada no Cine Mirabeau, e que atualmente compõem o grupo de trabalho do Projeto Memorial, ficou acordado que o novo projeto deve conjugar a participação efetiva das entidades paraibanas representativas, acima citadas, de modo célere, como exige a tarefa da preservação dos materiais cinematográficos, mídias sensíveis e perecíveis às ações do tempo.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vale Cultura: uma saída para o nosso Cinema?

A Sétima Arte elitizou-se. Com o fechamento da quase totalidade dos cinemas de bairros, por esses brasis afora, e a notória criação de seletivas salas nos shopping centers, o culto à “arte-do-filme” inovou-se. O Cinema ganhou novos contornos tecnológicos de projeção, inclusive, assimilando clientela nova e seus estranhos cacoetes na busca de entretenimento. Sem contar com a famigerada pipoca e o “clima de pic-nic”, hoje tão comuns dentro das salas de projeção. Chocante!...

Esta semana, pela televisão, vi a entrevista de um dos secretários do Ministério da Cultura, que afirmava ser o Vale Cultura uma das saídas para o Cinema Nacional. Segundo disse, pessoas que percebem até dois salários mínimos agora poderão se beneficiar do referido “vale”, para irem ao cinema ou assistirem a outras formas de artes. Há, realmente, um contra-senso na proposta, porquanto a classe social mais carente, via de regra, mora afastada dos grandes centros urbanos.

Sinceramente, quanto a uma maior aceitação do cinema brasileiro, tenho minhas dúvidas. Não que o filme brasileiro seja menos interessante que o de outros países. Esse não é o caso. A verdade é que faltam salas de projeção nos bairros das capitais e nas cidades do interior de cada estado. Salas que possam suprir verdadeiramente a demanda da opinião pública pelo nosso cinema. A questão é: quem vive com apenas dois salários mínimos, jamais terá condição de se deslocar ao centro das capitais e freqüentar uma sala de cinema em um shopping center.

Existe, contudo, pretensões por parte do governo brasileiro de apoiar um projeto de expansão do parque exibidor. Atualmente há um estudo, que seria o de incentivar a criação de salas de cinema na periferia das grandes cidades e fazer os bons filmes chegarem lá. O dado interessante disso tudo é que a comunidade cinematográfica e o Conselho Superior de Cinema estão trabalhando no projeto de expansão de um circuito de salas nas periferias, com apoio da Ancine e do BNDES, há algum tempo. Se essa pretensão de concretizar... o Vale Cultura/Cinema terá sentido. Senão...

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, jornalista e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

terça-feira, 4 de agosto de 2009

“PARAHYBA”: Um feito de saga, resistência e conquistas

Nos velhos tempos da efeméride do Quarto Centenário da Parahyba – e lá se vão um quarto de século –, eu e o historiador José Octávio de Arruda Mello nos empenhamos numa jornada, que seria a de relembrar fatos, sagas e dar maior ênfase à História do povo paraibano. A trajetória foi longa... Percorremos a Paraíba do Litoral ao Sertão, levando a informação histórica às escolas, professores e alunos de todo o Estado.

Mais do que uma simples experiência cigana, acadêmica, fizemos também o papel de guardião e preconizador dos nossos próprios valores culturais e artísticos: Lançamos livros de autores paraibanos, promovemos encontros em escolas e setores organizados da sociedade nas diversas cidades, mais ainda, fizemos do Cinema o carro-chefe dessa jornada, a partir das exibições do Documentário “Parahyba”, um dos ícones da nossa doméstica cinematografia.

Não terá sido em vão esse esforço. Porquanto vimos brilhar diferentemente os olhos dos quantos nos assistiram, despertados de uma espécie de letargia muitas vezes por desconhecimento da nossa historiografia, fato até então cultuado nos bancos acadêmicos do nosso alunado. Deficiência curricular sobre a História da Paraíba, hoje, quiçá, já não tão acentuada como antes.

Pois bem, como naqueles velhos tempos de efemérides culturais, eu e o historiador José Octávio de Arruda Mello, mais uma vez, vimo-nos portadores dessa informação histórica. Ele, como sempre, trazendo à tona novas reflexões através do seu mais recente lançamento historiográfico sobre sagas, resistências e conquistas do povo nordestino; eu, também, trazendo as imagens de uma região brasileira que tem sabido se impor em razão da sua própria importância social, cultural e religiosa.

Nesta quarta-feira 05 de agosto, data emblemática para o nosso Estado, a secular Mamanguape celebra os 424 anos de nossa História. O Centro de Cultura daquela importante cidade, um dos entrepostos comerciais e adentramentos de invasores do além-mar, em tempos de Colonização da Parahyba, relembrará o grande feito com palestras, lançamento de livros e a exibição do Documentário “Parahyba”.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

segunda-feira, 27 de julho de 2009

História e revisionismo sobre a saga de Canudos


Antonio das Mortes,
personagem de
"O Dragão da Maldade
conta o Santo Guerreiro",
de Glauber Rocha

A saga de Canudos, nos sertões baianos, sempre esteve presente na imaginação dos criadores de arte e do povo nordestino. Especialmente deste, que soube mais que qualquer outro mensurar sua significação nos motivos sociais, econômicos e religiosos, sobretudo. Situação não menos compreendida por todos os brasileiros através de uma literatura histórica e política especializada, que tem sido grande, muito grande, sempre grande...

O Cinema terá sido parte dessa saga, igualmente, e não só impulsionado pela máxima baiana de “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão”, como bem preconizara o irrequieto Glauber Rocha através de seus filmes. Emblemáticas experiências em épocas de Cinema Novo, apesar dos limites impostos pelos anos de chumbo, que nos oprimiram a todos nesses brasis de tantas cabrálias.

A religiosidade exacerbada, máscara indelével de todo um estado social e político de época, serviu para aguçar ainda mais aquela situação, criando uma “cenografia” trágica, mas exuberante, que teve no Cinema a sua maior tradução. Porquanto, foi vista e sentida através de imagens em movimento e de uma dramaturgia muito bem construída, como foi o caso da “estória contada” em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, pelo cineasta Glauber Rocha.

Mais uma vez o tema retoma o espaço da reflexão, numa abrangência muito mais coletiva, tendo como suporte a Literatura. Sem embargo algum a outros olhares, um deles exemplificado na enormidade de experiências cinematográficas sobre este assunto. Filmografia que conseguimos levantar e que já pode ser contabilizada em mais de trinta obras entre documentários e filmes recriando a saga de Canudos.

O historiador José Octávio de Arruda Mello, em seu novo livro “Terra, Revisionismo e Cultura em Euclides da Cunha“, mais uma vez nos surpreende com os meandros da nossa História. Obra que será lançada neste domingo (02) de agosto, no Cine Mirabeau, no Bessa, inclusive com a exibição de um scatch do filme do Glauber – “Deus e o Diabo...”

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema. Professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

Em tempo: Convite emitido pelo próprio autor da obra, prof. José Octávio:

CONVITE
A Academia Paraibana de Cinema, a Comissão Editorial do UNIPÊ e o Grupo José Honório Rodrigues convidam para o pré-lançamento do livro “Terra, Revisionismo e Cultura em Euclides da Cunha”, de José Octávio de Arruda Mello, a ser realizado às 10 hs. da manhã de 2 de agosto (domingo) no Cine Mirabeau, à Av. Fernando Luiz Henrique, 230, no bairro de Manaíra, em João Pessoa. O acontecimento está subordinado ao seguinte programa: 1 – Exibição de scatch, do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, organizado por Alex Santos. 2 – Painel sobre o livro e vivenciação euclideana no cinema e na televisão, a cargo dos Acadêmicos João Batista de Brito e Alex Santos e historiador Jean Patrício. 3 – Apresentação de monólogo de Antonio Conselheiro pelo Acadêmico Fernando Teixeira. 4 – Sessão de autógrafos e confraternização.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Revisionismo histórico sobre Canudos, beato e cinema

(Artigo publicado em 01/01/2007) no blog: http://www.alexsantospb.blogspot.com/, e no site: http://www.ancomarcio.com/

A manifestação ao culto da nordestinidade brasileira, buscando todos seus valores humanos, culturais e políticos, sob uma visão eminentemente sócio-antropológica, não terá sido um mérito, apenas, dos nossos grandes historiadores ou de uma bem sucedida historiografia nacional. Houve quem se debruçasse sobre esse assunto, ainda de forma bastante séria, em outros segmentos culturais, e não só através de formas literárias, mas procurando compilar sua singular importância também em imagens.
Este, sem dúvida, é o caso do Cinema, guardião que tem sido da nossa própria História, e não apenas regional, mas de tudo que representam as multiplicidades de todos os brasis que hoje tão bem conhecemos. Sua cenografia, seus ritos e mitos têm constituído o grande filão de uma produção audiovisual cada vez mais extensa, significativa e acreditada, dentro e fora do País. E com que riqueza de detalhes tem sido retratada a história dos povos brasileiros, suas nuanças de cor, de raça, de credo...
Esta semana, como que presente de início de ano, dentre outras obras que recebi de amigos, a do historiador José Octávio de Arruda Mello. Importante texto seu sobre “A Questão da Terra em Canudos – Do Revisionismo de Euclides ao de José Calazans”. Fruto de encontros, discussões e visitas que fez recentemente à Bahia. Aspectos da vida de Antonio Conselheiro, sua conhecida saga em Canudos, são trazidos à baila sob uma ótica mais politicamente contextualizada, o que tem sido a característica do nosso historiador paraibano maior.
O que me surpreendeu nesse seu trabalho foi a presença do Cinema como suporte da História, a partir da revisão de figuras singulares retratadas em “Os Sertões” de Euclides da Cunha. Presença essa endossada por afirmações que fiz junto ao autor sobre Antonio Conselheiro, o beato que virou profeta nos sertões baianos, tão bem retratado nos filmes do cineasta Glauber Rocha, sobretudo, no célebre “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Este que considero o maior de todos os ícones da nossa cinematografia regionalista sobre a nordestinidade brasileira.
Vários pontos de significação histórica estão contidos no trabalho Zé Octávio, como sempre tradutor incansável das nossas “sagas e resistências”, em suas mais distintas conexões sociais e políticas. Contudo, quando referenda o cinema em seus relatos, de certa forma nos premia também em curiosidade. No caso em particular, comparando “a Tróia de Taipa do Conselheiro” à situação do quilombo do Talhado retratado em “Aruanda”, ficaria patente na expressão documental de Linduarte Noronha: “Talhado existe geograficamente, inexiste no âmbito das instituições”.
Perseguindo algumas comparações sobre os conflitos em Canudos e as lutas de 1930, na Paraíba, Zé Octávio invoca outros autores paraibanos, a exemplo de João Lélis de Luna Freire, em seu “A Campanha de Princesa”(1994), que “adaptou as formulações euclideanas à realidade paraibana. Canudos transmuta-se, então, na Serra de Teixeira, por onde principiou a chamada Guerra Civil de Princesa, entre março e julho de 30.”
Sublinhando, ainda, a participação do Cinema na retratação do fato histórico, o autor lembra que, “o Nordeste não corresponde às firulas de Chicó e João Grilo em O Auto da Compadecida. O verdadeiro Nordeste, trágico antes que cômico, e épico ao invés de picaresco, tal qual visualizado pelo ‘phatos’ euclideano, expressou-se na cinematografia de Glauber Rocha.” E conclui afirmando: “Ao enfatizar a feição euclideana do personagem Antonio das Mortes – misto de jagunço e justiceiro – em ‘Deus e Diabo na Terra do Sol’, o crítico de cinema Alex Santos ressaltou a seqüência do sermão do Beato Conselheiro nessa película.”
No que me toca, em verdade, fico honrado com a citação do meu nome em mais uma de suas “amplas sínteses” historiográficas, em particular, sobre a nossa nordestinidade e a nossa Paraíba.

ALEX SANTOS – Mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília, jornalista e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

CONVITE: O historiador José Octávio de Arruda Mello convida a todos ao pré- lançamento do seu livro sobre “Canudos”, no próximo dia 02 de agosto (domingo), às 10 horas da manhã, no Cine Mirabeau, à Av. Fernando Luiz Henrique, 230, sentido Bessa-Manaíra (antes do cruzamento com o Retão). O evento é parceria cultural entre o autor, o professor Mirabeau Dias e Academia de Cinema.
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quinta-feira, 9 de julho de 2009

O documentário jamais se esgota em si mesmo

Por mais consciência crítica que possamos ter, durante a realização de um documentário, mesmo assim, há de nos faltar a clareza de que, por si só, aquele trabalho realmente esteja completo, acabado. É da própria natureza do filme (ou vídeo) documental esse tipo de indefinição, porquanto sua feitura, sua composição “não-dramática”, sem parâmetros narrativos pré-definidos, indagará sempre por conclusões mais precisas sobre o fato abordado. O que, ao contrário, descaracterizaria o "feito documental".

Ao bom documentarista, é mister sempre lembrar, deve existir a consciência de que o mais importante não é o assunto abordado, seja ele qual seja, mas, seguramente, a forma, a maneira de sua abordagem. Acrescentaria ainda a esse gravame, o espaço/tempo em que esteja sendo realizado, porque o documentário é um registro temporal. O tema, o fato, esses jamais se esgotam, exigindo sempre novas interpretações. Difere da Dramaturgia, por ser esta atemporal.

A questão da “temporalidade documental”, que é fato, é deveras intrínseca à razão própria de ser e de “animus” de quem pretende realizar um trabalho assim. Essa conclusão reafirmou-se em mim, recentemente, quando fui interpelado por minha filha Alexandra, sobre por que razão jamais conclui o documentário “Arribação”. Filme em 16mm e preto & branco, uma das minhas primeiras realizações, no final dos anos sessenta, que ainda continua em “copião” e inacabada...

Esta, quiçá, seja a razão maior pela qual jamais enxergue o Documentário, seja ele de curta ou longa-metragem, como Cinema, verdadeiramente. Há quem estranhe esta afirmação, mas o fato é que Cinema é Diversão. Um documentário tem um enfoque diferente, na maioria dos casos privilegiando e muito o depoimento direto de pessoas, fragmentariamente, o que se assemelha e muito à linguagem da televisão. E isto se confirma a partir da chegada do Vídeo Tape, nos anos cinqüenta/sessenta.

Existe coisa mais maçante do que assistir a um documentário numa sala de Cinema, com suposto e chato jeito de Cinema, com ou sem pipoca, durante mais de duas horas de repetidas entrevistas e depoimentos intermináveis? Continuo afirmando que Cinema é diversão, entretenimento e que alguém me prove sair menos chateado do cinema ao ver (não assistir) a tantas horas de planos seqüenciais e falações, que não acabam nunca, muitas vezes para conclusões propositivas, que deveriam ser muito mais simples...

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cenografia indelével das noites juninas


Sempre me foi mágica a noite junina. Saudosismo ou não, pouco importa, trago ainda comigo as festas memoráveis que vivi, na cidade de Santa Rita, justamente em épocas de Santo Antonio, São João e São Pedro. Costumava vive-las com tudo que tinha direito: fogueira, bandeirolas, lanternas à luz de vela, fogos diversos e muita comida de milho verde, iguarias que somente minha mãe Dona Maria José sabia fazer.

Mas, tinha um problema. Nunca era fácil compatibilizar essas noites de brincadeiras com os compromissos dos nossos cinemas. Após o jantar, meu pai ia logo dizendo: – Olha, rapaz, cuidado pra não se atrasar! Esse chamado, mesmo com todo o entusiasmo por mim vivido naquela noite de cheiro forte de fumaça, de lenha transformada em imenso fogaréu na frente de casa, era uma ordem e eu ia correndo para o cinema, cuja sessão tinha início às 20 horas.

Sempre foi assim. Enquanto meus irmãos mais novos continuavam na brincadeira com os rojões, “peido de velha” e chuveiros de lágrimas incandescentes, acendidos com as tochas da fogueira crepitante, eu ia para o cinema, meu outro “paradiso”. Não menos, carregando ainda comigo os acordes de uma “Açucena Cheirosa”, de um “Buraco de Tatu”, melodias de época executadas pelo inesquecível Luiz Gonzaga e sua sanfona prateada.

Invariavelmente, ano após ano, tudo se repetia. As noites juninas de minha infância e adolescência, sempre deram lugar às responsabilidades com a atividade cinematográfica, herança cultural que me tem influenciado tanto. Quiçá por isso, meu apego às coisas da Imagem e do Cinema. “Cenografia” indelével, que somente existe naqueles que vêem na tradição e no costume uma razão cultural maior em suas vidas.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tesouros de uma época de “paradiso”


Entre alfarrábios de mais de meio século, misturados a um montão de latas de filmes 16mm e 35mm, bobinas enferrujadas, carcaças de projetores antigos encarapitadas na parte superior de um monte de prateleiras, num emaranhado de coisas, muitas delas inusitadas, encontro algumas fotos da inauguração de um dos nossos cinemas, em Santa Rita – o Cine São João. Há alguns anos fechado, contudo, motivo de regalo às boas lembranças de minha infância e adolescência.

O significado dessas fotografias, tesouro de uma época em que juntamente com o meu pai não tínhamos despertado de todo para a importância futura de tais registros, é de sublimado interesse para mim. Justo hoje que, amiúde, tenho convivido com pessoas igualmente “contaminadas” pela fantasia e o charme que ainda representa a Arte-do-Filme. Principalmente aquelas, que ainda preservam em suas mentes a essência e o encantamento do verdadeiro Cinema.

Fantasia e realidade mixadas num mesmo instante de descoberta e extrema felicidade, que faço questão de dividir com aqueles tão ou mais respeitosos das coisas do cinema – o meu pai “Seu Biu do Cinema” (in memória), e aos amigos de uma época de “paradiso”, entre eles, o primo Reginaldo Oliveira, médico Manoel Jaime Xavier, antiquário Mirabeau Dias, Assis da projeção, Rubens (Rubão), e os irmãos Antonio, Napoleão e Roberto, estes, tanto quanto eu forjados no mesmo clã dos Alexandre.

Certa vez escrevi, sem precisar muito bem a data daquela exibição, sobre o filme “O Senhor da Guerra” (The Warlord), que inaugurou uma de nossas salas de exibição, nos conturbados anos 60. E que, sem embargo algum à produção hollywoodiana, o título seria o da saga de outro Senhor de todas as nossas “guerras”, que durante mais de meio século vivenciou de forma estóica, sempre de modo peculiar, o exercício da cultura cinematográfica, da diversão, da magia... O “achado” iconográfico de hoje, que ora registramos, reaviva, ratifica reverência a mais esse guardião do celulóide, que se foi com o tempo, também.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

sexta-feira, 5 de junho de 2009

APC vai criar o Grande Prêmio do Cinema Paraibano

Uma comissão formada por membros da Academia Paraibana de Cinema foi designada, recentemente, para compor o Regulamento daquele que será o maior prêmio de cinema oferecido a produções realizadas dentro e fora do Estado da Paraíba. O prêmio a ser outorgado às diversas categorias da atividade cinematográfica e audiovisual, pelo Conselho Acadêmico da APC, denominar-se-á "Grande Prêmio do Cinema Paraibano" e será entregue, anualmente.

A Comissão, que é presidida pelo Acadêmico Damião Ramos Cavalcanti, já vem se reunindo havia algum tempo, na elaboração da norma que contemplará com troféus e prêmios em dinheiro os filmes e vídeos de curta, média e longa metragens, notadamente, aquelas produções que melhor se destacarem em nossos festivais de cinema e videográficos.

O “Grande Prêmio do Cinema Paraibano” terá por finalidade contribuir para a elevação e a promoção do cinema paraibano, regional e brasileiro junto à população de um modo geral, possibilitando o reconhecimento da qualidade técnica e artística de seus filmes e buscando a confraternização entre os profissionais que os fazem.

O Conselho Acadêmico da APC outorgará, anualmente, prêmios às seguintes categorias: Longa-Metragem: Melhor Filme de Ficção; Melhor Filme de Documentário; Melhor Filme de Animação; Melhor Direção; Melhor Direção de Fotografia; Melhor Atriz; Melhor Ator; Melhor Atriz Coadjuvante; Melhor Ator Coadjuvante; Melhor Direção de Arte; Melhor Montagem; Melhor Roteiro; Melhor Som; Melhor Trilha Sonora.

Na categoria de Curta-Metragem, o regulamento prevê prêmios para Melhor Filme de Ficção; Melhor Filme Documentário; e Melhor Filme de Animação. Está previsto, ainda, para a Televisão, as seguintes premiações: Melhor Produção Independente em Telefilme; e Melhor Obra de Dramaturgia em Telefilme. Nesse caso, continuam sendo mantidos entendimentos entre os membros da Comissão designada pelo Presidente da APC, escritor e jornalista Wills Leal.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br contato@academiaparaibanadecinema.com.br

sábado, 30 de maio de 2009

Encontro discute sobre linguagens do cinema e tv

Na noite da quinta-feira (28) passada, fui alvo de uma espécie de sabatina no Departamento de Comunicação da UFPB. Alunos de Relações Públicas e de Comunicação me crivaram de perguntas, no Auditório “Aruanda”, por ocasião da Semana de Extensão do DecomTur, indagando qual a minha opinião sobre a qualidade da atual produção brasileira de cinema frente à televisão. Respondi nos termos que sempre defendi e que fazem parte do meu livro “Cinema e Televisão – Uma relação Antropofágica”.

Destacando as especificidades do cinema e da TV, no tocante às condições técnicas e de linguagens de ambos os “media”, pude constatar algumas dúvidas que ainda persistem nos nossos estudantes, notadamente, na questão do documentário frente à narrativa ficcional, enquanto produtos de informação e de pretensa comunicação. Para uma boa parte dos alunos, o documentário continua sendo Cinema; não um produto de característica eminentemente televisiva.

Enquanto recurso narrativo de registro audiovisual, após a chegada da tecnologia do videotape, nos anos 60, a Entrevista, por exemplo, perdeu todo o seu significado formal dentro do cinema. Passou a ser um recurso estigmatizado e de interesse imediato, somente bem traduzido por um veículo da importância da televisão; não do cinema. O primeiro pelo caráter reconhecidamente fragmentado do seu discurso; o segundo pela inteireza que trata esse mesmo discurso, embora preso por uma série de normas muito próprias da dramaturgia.

Há quem diga que o documentário é “entretenimento”. Discordo. A diversão (característica própria da Arte-do-Filme) é motivada, sobretudo, por uma “fantasia”. O documentário na sua forma tradicional, como vem sendo ainda produzido, ele não nos motiva a essa fantasia. Ele nos move, simplesmente, a uma curiosidade sobre os “fatos” então abordados, porquanto estruturados em situações supostamente reais. Mesmo nos filmes curtos ou longos, nessas categorias de produção, os documentários nos chegam sob uma extrema e pessoal curiosidade de conhecimento sobre algo que ainda não sabemos, ou que sabemos e queremos maiores detalhes.

A Dramaturgia do cinema (herança do teatro) nos dá outra dimensão apreciativa dessa “realidade” registrada pelo documentário. Porque ela é expressa por meio de uma Representação dessa mesma realidade, levando em consideração uma gramática narrativa rígida de tempo e de espaço pré-estabelecidos. As insistentes indagações dos alunos presentes, entre os quais Cláudia, Carlos e Rian, sobre o tema que abordei (“A linguagem do Cinema e da Televisão”), somente serviram para enriquecer o debate. Bem como, a exibição do nosso vídeo: “Elipse – A Idade do Cinema”, bastante aplaudido no final de sua apresentação.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

terça-feira, 26 de maio de 2009

APC participa da Semana de Cinema do DecomTur


Programa de cinema, na expressão maior do termo, é o que está acontecendo no DecomTur – Departamento de Comunicação e Turismo, da Universidade Federal da Paraíba, desde o início desta semana. Trata-se de um programa dedicado às atividades de Extensão do Curso de Comunicação Social do CCHLA. Ali, estão sendo exibidos filmes, palestras e debates sobre a Sétima Arte, tudo sob comando do Professor Pedro Nunes, Coordenador do DecomTur.


A Academia Paraibana de Cinema marca presença nesta quarta-feira (27), pela manhã, com uma palestra dos Dirigentes sobre a filosofia da entidade, antecedida da apresentação de um vídeo de 10 minutos sobre a Solenidade de Posse de todos os Acadêmicos, que aconteceu meses atrás no Hotel Tambaú, dentro da programação do Fest Aruanda.


Na oportunidade serão distribuídos com alunos e convidados presentes exemplares do último Boletim Informativo da APC, cuja Diretoria e demais acadêmicos da entidade foram especialmente convidados pela organização da Semana de Atividades de Extensão do DecomTur, considerada um evento da mais alta importância e de auxílio real aos cursos de graduação do departamento.


Para esta quinta-feira (28), à noite, está sendo agendada pela programação do evento uma palestra deste colunista, versando sobre “Linguagem do Cinema e da Televisão”, tema que o autor desenvolveu em sua tese de Mestrado na Universidade de Brasília. O tema ressalta o significado correto de algumas terminologias, tanto na produção de cinema como de TV, que, na maioria das vezes são usadas equivocadamente por repórteres e apresentadores dos nossos telejornais.


ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, cineasta e jornalista.

E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

sábado, 16 de maio de 2009

Metade Brasil, metade França: Estamos “à deriva”, em Cannes

Ao apagar das luzes o filme de Heitor Dhalia, “À Deriva”, foi selecionado para o Festival de Cannes, que ora acontece na Riviera francesa. O Brasil entra pela metade, já que a produção é franco-brasileira, com atores também franceses nos papéis principais. Este ano, segundo se comenta, não vai ter pra ninguém. A não ser para os veteranos, entre tantos; os nossos passam bem ao largo...
A 62ª edição da mostra de cinema de Cannes, já iniciada e que vai até final da próxima semana, selecionou nomes de peso como o francês Alain Resnais (86 anos), o dinamarquês Lars von Trier, o espanhol Pedro Almodóvar, além de Quentin Tarantino e Ang Lee. Uma turma da pesada, mesmo! Não sem razão que o nosso barco ficou mesmo à deriva...
Mesmo assim, esta semana, pude ler uma entrevista do diretor Heitor Dhalia, que nos representa lá em Cannes, dizendo o seguinte: “Ter um filme selecionado em Cannes é ver um sonho se realizando. Há dois anos, estive lá justamente para anunciar o projeto de 'À Deriva". Quem é cinéfilo sabe o que essa notícia significa".
Não tão remotamente, a simples seleção de um filme brasileiro em Cannes, se não me engano, representava algo normal. Hoje, como vimos, representa e tanto! Mesmo porque a disputa pela Palma de Ouro este ano é encabeçada por cineastas celebrados e veteranos da sétima arte havia muito.
Penso até, diante de tanta conformação nossa a uma simples seleção, que isso vem acontecendo (e não é só hoje) porque estamos lá sempre pela metade. Isto é: metade Brasil, metade França, para falarmos mais objetivamente a linguagem do mundo da Produção cinematográfica. No total, 53 filmes de 23 países estão na seleção. 20 deles em competição pela Palma de Ouro, outros 20 na seção de simples "Um Certo Olhar", que é onde nos encontramos. Coisa dos novos tempos!

ALEX SANTOS – jornalista e cineasta, da Academia Paraibana de Cinema.E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

quarta-feira, 13 de maio de 2009

APC lança o Informe 2


Já no site da Academia Paraibana de Cinema, a versão eletrônica do Informe APC. Circulando também na sua versão impressa e em cores, o atual boletim prima pela informação rápida, porém precisa e atualizada, com as mesmas características e designs do anterior, num trabalho de arte e editorial da empresa AS Produções.

A manchete principal traz referência ao compromisso do atual Sub-Secretário de Cultura do Estado, artista plástico Flávio Tavares, com a atual situação dos nossos acervos de cinema. Acervos sobre os quais já falamos aqui, notadamente, aqueles cuja situação não é das melhores, em razão do desprezo e da falta de cuidados especiais – preservação, localização, utilização, etc.

Para Flávio, no seu discurso de abertura da exposição sobre Machado Bitencourt, na Funesc, promovida pela Academia de Cinema, dias atrás, há uma preocupação muito grande da parte dele pelos acervos atualmente existentes na Paraíba. Principalmente os de cinema, que ele considera dos mais importantes. E fez ressalvas, inclusive, ao acervo do Cinema Educativo da Paraíba, que parece não mais existir, e o da Cinética de Campina Grande.

Sobre o da Cinética, que se encontra sob a guarda da viúva de Machado Bitencourt, e por se encontrar já no Espaço Cultural José Lins do Rego, embora em local não bem apropriado, o Sub-Secretário pretende “rever essa situação”. Com relação ao acervo do antigo Cinema Educativo, de João Córdula, cuja memória foi lembrada, o próprio Flávio Tavares disse não mais acreditar na sua existência. “Mesmo assim, faremos tudo para restaurá-lo”, disse.

O novo Informe traz também outras matérias de interesse, entre elas, a reunião do IPHAEP, entre o presidente da instituição, Damião Ramos, e a Diretoria da APC, sobre os preparativos da Revista da Academia, que deve ser lançada nos próximos dias. Outro destaque é para as “Atividades dos Acadêmicos”, coluna que destaca o que está sendo realizado sobre cinema, pelos atuais membros da Academia.

Em férias em João Pessoa, o ator José Dumont foi homenageado pela Academia, ao receber o Diploma de Sócio Benemérito, solenidade acontecida durante a realização do Cineport. O mesmo ocorreu com a atriz Marcélia Cartaxo, também na abertura do Festival de Cinema de Países da Língua Portuguesa. A página da APC é só lincar: http://www.academiaparaibanadecinema.com.br/

ALEX SANTOS – professor, cineasta e membro da Academia de Cinema.E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br
Já no site da Academia Paraibana de Cinema, a versão eletrônica do Informe APC. Circulando também na sua versão impressa e a cores, o atual boletim prima pela informação rápida, porém precisa e atualizada, com as mesmas características e designs do anterior, num trabalho de arte e editorial da empresa AS Produções.A manchete principal traz referência ao compromisso do atual Sub-Secretário de Cultura do Estado, artista plástico Flávio Tavares, com a atual situação dos nossos acervos de cinema. Acervos sobre os quais já falamos aqui, notadamente, aqueles cuja situação não é das melhores, em razão do desprezo e da falta de cuidados especiais – preservação, localização, utilização, etc.Para Flávio, no seu discurso de abertura da exposição sobre Machado Bitencourt, na Funesc, promovida pela Academia de Cinema, dias atrás, há uma preocupação muito grande da parte dele pelos acervos atualmente existentes na Paraíba. Principalmente os de cinema, que ele considera dos mais importantes. E fez ressalvas, inclusive, ao acervo do Cinema Educativo da Paraíba, que parece não mais existir, e o da Cinética de Campina Grande.Sobre o da Cinética, que se encontra sob a guarda da viúva de Machado Bitencourt, e por se encontrar já no Espaço Cultural José Lins do Rego, embora em local não bem apropriado, o Sub-Secretário pretende “rever essa situação”. Com relação ao acervo do antigo Cinema Educativo, de João Córdula, cuja memória foi lembrada, o próprio Flávio Tavares disse não mais acreditar na sua existência. “Mesmo assim, faremos tudo para restaurá-lo”, disse.O novo Informe traz também outras matérias de interesse, entre elas, a reunião do IPHAEP, entre o presidente da instituição, Damião Ramos, e a Diretoria da APC, sobre os preparativos da Revista da Academia, que deve ser lançada nos próximos dias. Outro destaque é para as “Atividades dos Acadêmicos”, coluna que destaca o que está sendo realizado sobre cinema, pelos atuais membros da Academia.Em férias em João Pessoa, o ator José Dumont foi homenageado pela Academia, ao receber o Diploma de Sócio Benemérito, solenidade acontecida durante a realização do Cineport. O mesmo ocorreu com a atriz Marcélia Cartaxo, também na abertura do Festival de Cinema de Países da Língua Portuguesa, que termina neste domingo 10 de maio. A página da APC é só lincar: www.academiaparaibanadecinema.com.brALEX SANTOS – professor, cineasta e membro da Academia de Cinema.E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

terça-feira, 12 de maio de 2009

Feedback a um velho amigo de cinema


Sempre me foi gratificante interagir com um amigo influente, que milita o mesmo espaço que eu, nessa estória toda de cinema paraibano. Já pela segunda vez, desde que nos puseram “imortais”, recebo mensagens do amigo Romero Azevedo, de Campina Grande. Tanto quanto eu, homem do eito das redações de jornais, do rádio e da televisão, sempre buscando dar o melhor que temos ao re/conhecimento do nosso “cinema de província”.

Pois bem, esta semana – via minha coluna no site ancomarcio.com – recebi mais uma mensagem do amigo Romero. Dessa vez, com toda razão, cobrando-me algo que não depende só de mim, mas da Diretoria da APC. Entidade que vem tendo o cuidado possível na divulgação das nossas “potencialidades cinematográficas”, amplamente reconhecidas, mais uma vez, por entidades e representações presentes ao recente Cineport.

Eis a mensagem do Romero: “Caro Alex, tudo bem? Me surpreendeu no quadro de atividades dos membros da nossa APC a ausência do meu trabalho na TV Itararé/Cultura (emissora de alcance estadual, aí em J. Pessoa é o canal 45) conforme havia lhe comunicado. Peço ao colega que coloque essa informação na edição digital (já que na impressa é impossível) pois do jeito que está passa a falsa impressão que estou aposentado cuidando apenas da parte social da entidade.

Devo acrescentar também que leciono no curso de graduação em Arte e Mídia da UFCG as disciplinas "Introdução ao Cinema", "Cinema Brasileiro" e "Análise Crítica do Filme Cinematográfico". Também escrevo coluna mensal no jornal A Margem (número 12 já circulando), único do estado totalmente sobre Cinema. A parte isso, integro juntamente com Rômulo a comissão que escolhe o melhor filme paraibano e o melhor filme nacional que merecem o troféu "Rômulo e Romero Azevêdo de Cinema", instituído em 2008 pelo COMUNICURTAS - O Festival de Cinema de Campina Grande (próxima edição em agosto).

Devo dizer ainda que, em agosto último, defendi dissertação no mestrado em Literatura e Interculturalidade (UFPE-UEPB) com o tema "Um trânsito naturalista: da literatura ao cinema brasileiro". Por enquanto é isso. Um forte abraço e agradeço antecipadamente a devida correção.”

Ipso facto, amigo Romero, dei o seu recado e o fiz publica e antecipadamente, através do meu próprio blog (http://www.alexsantospb.blogspot.com). Espero tê-lo atendido. Quanto à “devida correção” solicitada pelo amigo, agora é só esperar pelo próximo Informe da APC.

ALEX SANTOS – MS em Comunicação Social pela UnB/DF, cineasta e membro da Academia Paraibana de Cinema. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br /

sábado, 9 de maio de 2009

Academia Paraibana de Cinema já tem novo Informe

Já no site da Academia Paraibana de Cinema, a versão eletrônica do Informe APC. Circulando também na sua versão impressa e a cores, o atual boletim prima pela informação rápida, porém precisa e atualizada, com as mesmas características e designs do anterior, num trabalho de arte e editorial da empresa AS Produções.

A manchete principal traz referência ao compromisso do atual Sub-Secretário de Cultura do Estado, artista plástico Flávio Tavares, com a atual situação dos nossos acervos de cinema. Acervos sobre os quais já falamos aqui, notadamente, aqueles cuja situação não é das melhores, em razão do desprezo e da falta de cuidados especiais – preservação, localização, utilização, etc.

Para Flávio, no seu discurso de abertura da exposição sobre Machado Bitencourt, na Funesc, promovida pela Academia de Cinema, dias atrás, há uma preocupação muito grande da parte dele pelos acervos atualmente existentes na Paraíba. Principalmente os de cinema, que ele considera dos mais importantes. E fez ressalvas, inclusive, ao acervo do Cinema Educativo da Paraíba, que parece não mais existir, e o da Cinética de Campina Grande.

Sobre o da Cinética, que se encontra sob a guarda da viúva de Machado Bitencourt, e por se encontrar já no Espaço Cultural José Lins do Rego, embora em local não bem apropriado, o Sub-Secretário pretende “rever essa situação”. Com relação ao acervo do antigo Cinema Educativo, de João Córdula, cuja memória foi lembrada, o próprio Flávio Tavares disse não mais acreditar na sua existência. “Mesmo assim, faremos tudo para restaurá-lo”, disse.

O novo Informe traz também outras matérias de interesse, entre elas, a reunião do IPHAEP, entre o presidente da instituição, Damião Ramos, e a Diretoria da APC, sobre os preparativos da Revista da Academia, que deve ser lançada nos próximos dias. Outro destaque é para as “Atividades dos Acadêmicos”, coluna que destaca o que está sendo realizado sobre cinema, pelos atuais membros da Academia.

Em férias em João Pessoa, o ator José Dumont foi homenageado pela Academia, ao receber o Diploma de Sócio Benemérito, solenidade acontecida durante a realização do Cineport. O mesmo ocorreu com a atriz Marcélia Cartaxo, também na abertura do Festival de Cinema de Países da Língua Portuguesa, que termina neste domingo 10 de maio. A página da APC é só lincar: www.academiaparaibanadecinema.com.br

ALEX SANTOS – professor, cineasta e membro da Academia de Cinema.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bitencourt é lembrado em evento da APC

Há momentos na vida em que, por respeito à memória de alguém, de algum amigo que partiu dessa pra melhor, nos submetemos a determinados incômodos de ordem natural. Esse foi o caso que aconteceu comigo, na segunda-feira (27) passada, quando cheguei ao Espaço Cultural sob um quase dilúvio, justamente para participar de um evento, que celebrava os dez anos de falecimento do cineasta Machado Bitencourt.

Não apenas eu, mas a maioria dois amigos que ali estiveram provamos da fúria de um teto d’agua, que desabou sobre nós como se o mundo fosse submergir em tanta água. Talvez por isso, a recepção ao evento promovido pela Academia Paraibana de Cinema e a Funesc, não tenha tido a demanda que se esperava. Houve até quem se lamentasse pela presença de um público diminuto ao Auditório Verde do Espaço Cultura José Lins do Rego.

Independentemente da forte chuva, ainda assim, algumas autoridades ligadas à cultura do Estado marcaram presença. Capitaneado pelo irrequieto Wills Leal, o evento contabilizou a do Sub-Secretário de Cultura da Paraíba, pintor Flávio Tavares, do Presidente do IPHAEP, Damião Ramos Cavalcante, e representante da Presidente da Funesc, Ana Gouveia, além da viúva do homenageado, senhora Célia Bitencourt.

Um dado importante foi o pronunciamento do sub-secretário Flávio Tavares, que se mostrou simpático à solução do problema dos acervos culturais paraibanos, mormente o de cinema, que considera “um dos mais importantes para a Cultura da Paraíba”. Segundo disse, esforços de sua parte serão empreendidos, no sentido de que, doravante, essa questão venha a ser tratada com mais seriedade. Prometeu, inclusive, envidar esforços para que o acervo da Cinética tenha a dignidade que tanto merece.

Malgrado as boas intenções do Flávio, “verba volanti”. A questão dos acervos não é apenas de ordem financeira ou administrativa, mas de vontade política. Esta, acredito, o amigo também acadêmico demonstrou que tem. Já tivemos chance de escrever, o que fizemos neste mesmo espaço, sobre a trágica situação do acervo da Cinética Filmes, ainda sob a guarda da viúva do cineasta Bitencourt. É vergonhoso o estado em que se encontram equipamentos de filmagem e projeção, filmes, vídeos, fotografias, impressos...

Constrangedora se torna uma visita à “ilha” onde estão “armazenados”, inadequadamente, os despojos de toda uma vida de registro e resgate histórico. O Cinema Paraibano não merece isso! De qualquer forma, valeu a lembrança da nossa APC à figura estóica do Bitencourt e as homenagens, igualmente prestadas à sua família presente naquela noite chuvosa no Auditório Verde da Funesc.

ALEX SANTOS – membro da Academia Paraibana de Cinema
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br
contato@asprod.com.br