Neste final de semana, vendo na TV uma entrevista do cineasta paulistano Ugo Giorgetti (“Boleiros”), fiquei ainda mais convencido da necessidade de se abrirem novas salas de cinema, em lugares onde as populações mais pobres possam ter acesso a esse meio de entretenimento. Opções reais, que não fiquem, apenas, em saletas de “shopping centers” ou coisa que o valha.
Para Giorgetti (foto), posição que também já defendi nesta coluna, a questão do “Vale Cultura” (extensivo ao cinema) não vai resolver de todo o problema do cinema nacional. Uma arte que ainda mostra a cara porque, a rigor, tem sido amplamente subsidiada pelo governo, através dos diversos incentivos que hoje conhecemos. Mas, o cinema enquanto diversão popular precisa de muito mais...
Também, na semana que passou, uma aluna me fez em sala de aula a seguinte indagação: “Professor, por que o nosso cinema, que é muito bem considerado no mundo todo, ainda não tem uma independência econômica?” Uma pergunta até certo ponto interessante e pertinente, justo num momento em que a nossa produção de filmes tem crescido consideravelmente, dentro de três parâmetros financeiros: com recursos próprios do realizador e/ou do governo, muito menos do empresariado brasileiro. Com apoio deste, diferente e excepcionalmente, estamos concluindo uma produção de média-metragem até o final deste ano.
Voltando a Ugo Giorgetti sobre o assunto, ele é de opinião que o cinema nacional “sempre foi uma atividade subvencionada pelos governos”. Quando pretendeu ser independente, sucumbiu. E cita o exemplo da própria Vera Cruz, no seu estado, querendo ser uma “indústria de cinema”, assim como Hollywood, mas faliu. O que tem faltado, e aí estou com o seu ponto de vista, é o aporte da iniciativa privada. Foi assim que o cinema Tio Sam progrediu e continua se destacando até hoje.
Agora, para o conhecimento da minha perspicaz aluna, com base em experiências de todos esses anos de malogradas buscas de patrocínio, e não apenas no plano da Produção, mas da Exibição de filmes, diria que uma das soluções para o caso em foco é a participação direta dos nossos empresários. Já existem dispositivos legais para esse fim, mas o empresariado tem se mostrado irredutível em querer apoiar as artes neste País, menos ainda o Cinema, por ser uma atividade cara, alegam.
Assim, minha interessada aluna, quando a Indústria e o Alto Comércio enxergarem a importância do Cinema, não apenas como uma forma de entretenimento, de lazer, mas uma fonte de investimento é possível que a nossa produção seja mais abundante e economicamente viável neste mesmo País, onde, principalmente nos últimos tempos, as coisas da pecúnia têm reagido consideravelmente bem.
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema. e.Mail: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
domingo, 25 de outubro de 2009
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