Oficineiros que ganharam experiência cinematográfica em Areia.
Pelo
que foi publicado recentemente no nosso conceituado e influente Correio das
Artes, sobre a mais recente edição do Festival de Arte de Areia, vimos com
certa frustração a carência gritante de relatos mais objetivos, especialmente com
relação ao audiovisual. Afirmações filosóficas de que, “o desenvolvimento do
cinema passa pelos cineclubes” são redundantes e só não bastam. Assertivas
assim já fazem parte do nosso vocabulário ao cinema paraibano, de havia muito. As
imigrações, essas que venham para somar. O cinema necessita de práticas; não só
de filosofias.
Com
ênfase, atribui-se o bastante sucesso do evento à presença da mulher, cuja homenagem
em muito se fez justa, porém injusta, quando se refere em estrutura de programação,
em face do que fora adotado nos primeiros festivais. Uma simples mostra de
Cinema Paraibano, se nos parece um desdém e um apelo meio trágico ao não total
esquecimento sobre o que se vem produzindo atualmente no Estado.
Nos
primeiros festivais de Areia a nossa preocupação era a de perpetuar o incentivo
da “prax” cinematográfica, através de concretas Oficinas de Realização. À
época, com todos os percalços de produção (câmeras e suportes fílmicos de 16mm
e Super 8). Hoje, com as facilidades do digital, essa prática deveria ser ainda
mais exercida...
Pelo
que vem de ser agora publicado e antecipadamente criticado, inclusive por
assessores da própria organização, esse festival de Areia careceu de um maior
espaço à produção de um cinema paraibano, que, mesmo perdendo aos poucos sua
forma áurea em celuloide, ainda continua pujante. Sobretudo, na criação e no
trabalho dos quantos tiveram como escola as oficinas do fazer cinematográfico,
quando dos remotos festivais na cidade de Areia.
Não
são poucos os que hoje barganham os espaços e as benesses dos editais de
fomento à produção audiovisual, e que foram forjados do metal valioso do
artesanato do fazer, sobretudo técnico, e das experiências dos já consagrados
pelo nosso cinema e de fora da Paraíba.
Em
respeito à sua tradição, o Festival de Arte de Areia só não basta ser apenas um
“É... Vento!” Isso contradiz à frase
atribuída ao próprio Secretário de Cultura, quando afirma: “... festival de
arte não pode se resumir a meras apresentações artísticas, tem que mudar as
pessoas.”
A
razão de tudo é que, nem sempre aquilo que se cogita fazer resulta plenamente
satisfatório. Seja através de proposta bem intencionada ou de forma
demagogicamente alardeada. E isso tem se verificado, em a miúdo, inclusive, no
plano da Cultura. Mais “coisas de cinema” no site: www.alexsantos.com.br
ALEX SANTOS é Vice-presidente da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br.
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