"Seu" Severino do Cinema
Um atentado a bomba do IRA, em 1974, mata cinco pessoas
numa localidade próximo de Londres. Um jovem rebelde irlandês e três amigos são
acusados, presos e condenados pelo crime. O pai de um dos jovens tenta ajudar o
filho e também é preso e condenado. Este é o tema do filme “Em Nome do Pai”, dirigido
por Jim Sheridan e baseado na autobiografia
do próprio autor e personagem, o irlandês Gerry Conlon, que é interpretado por Daniel Day-Lewis,
o mesmo que protagonizou “Lincoln” de Steven Spielberg.
Esta semana, revendo o filme
de Sheridan, que trata com bastante acuidade e zelo da relação pai e filho,
notadamente, quando se encontram presos na mesma cela, fiquei a imaginar como é
importante uma paternidade conselheira e presente em nossas vidas. Uma relação
de respeito e diálogo, ao buscarmos certas verdades e soluções para as questões
do nosso próprio quotidiano.
À guisa de tais preocupações, sobretudo,
em razão do que fomos e do que hoje somos,
particularmente diria que, em respeito ao seu legado espiritual e familiar
por mim assimilado e imitado – e não apenas cinematográfico –, rendo neste Dia
dos Pais a minha irrestrita homenagem àquele que, durante anos soube exercer, pela
arte-do filme, o encantamento através das imagens que projetou em écran
luminoso e alimentando as nossas fantasias.
“Seu”
Severino do Cinema, como era sobejamente conhecido na Cidade de Santa Rita e
nos círculos profissionais da Cinematografia, dentro e fora do Estado, arresta
hoje o Selo Patronal da Perpetuidade e do justo reconhecimento, em sua Academia.
Selo igualmente estendido aos quantos que, como ele, fizeram do cinema a marca
registrada, a saga venturosa de suas vidas em solo paraibano.
Pioneiro
do “cinema mudo”, considerado também um estoico arquiteto e construtor de suas
próprias salas de projeção, na cidade em que viveu e morreu, “seu” Severino do
Cinema será nome sempre lembrado. Que os écrans luminosos dos nossos ruidosos
projetores do passado, que tanto contribuíram na edificação das memórias e
fantasias, que ainda hoje desfrutamos, continuem sempre a projetar as imagens
de uma aventura virtual e mágica, e que doravante se imortalizem na guarda da
nossa tão querida Academia Paraibana de Cinema.
Patrono
da Cadeira 05, cuja indicação vem de ser o reconhecimento por toda uma vida
dedicada à atividade cinematográfica, SEVERINO ALEXANDRE DOS SANTOS representa
um dos pioneiros da Sétima Arte, na Paraíba. Seu empenho e estoicismo, desde os
tempos em que o cinema ainda não tinha aprendido a “falar”, soube acalantar a
fantasia e o devaneio de muitas gerações de cinemeiros. Hoje, duplamente
imortalizado, principalmente para mim, seu filho, que já o tinha na condição de
IMORTAL havia muito. Descanse em paz, meu Pai!
ALEX SANTOS é vice-presidente da Academia Paraibana, professor e cineasta, E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
3 comentários:
Impossível não se emocionar! Um texto sentimental, emotivo,sobretudo, realista quando trata-se de vida e obra de um homem que promoveu o desenvolvimento sociocultural do "pequeno" universo, o qual viveu e conviveu. Não o conheci, mas já o admiro pelo o ouvir falar. Amei conhecer um pouco do "seu" Severino do Cinema. Secy Braz
12 de agosto de 2013 18:06
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