A data: 26 de novembro de 1942.
O feito: Lançamento de
uma das mais emblemáticas e representativas obras que Hollywood já produziu –
“Casablanca” de Michael Curtiz. Setenta
anos, portanto, da estreia de um grande filme no
Teatro Hollywood de Nova York, para coincidir com a invasão dos Aliados no
norte da África e da captura de Casablanca. Esta, pelo menos, a versão da
História Oficial do Cinema, não a do filme em si, claro.
O fato: Naquela data, no outro flanco da Terra filas de
judeus e outras raças consideradas “menores”, e não puras e arianas, eram
usadas como cobaias nos experimentos mais hediondos que a história já pode
registrar, nos campos de concentração de Dachau e Auschwitz, na Alemanha de Hitler.
Do lado de cá, meses antes importante motivo houve de existir de forma
temporal/espacial de mim mesmo e dos meus familiares – o ano de minha graça. Justamente
naquele mesmo fevereiro de 1942 nada menos de duzentos prisioneiros eram
submetidos à câmara de pressão, numa experiência que haveria de eliminar mais
de oitenta criaturas de Deus.
Não obstante a época, longe da cenografia real de
uma guerra fraticida na Europa, na terra do cinema o grande acontecimento que
levaria multidão ao majestoso teatro e à ocupação dos 1500 lugares, na exibição de um filme
que arrecadaria mais de 255.000 dólares ao longo de apenas dez semanas. Mas, “Casablanca” teria igual
lançamento em janeiro do ano seguinte, para aproveitar a Conferência de Csablanca, uma
reunião de alto nível representada pelos governos Churchill e Roosevelt.
Anos depois, aqui em nosso mundo
Brasil, paraibano, santarritense eu testemunharia o relançamento dessa grande
obra com os olhos maravilhados de criança já contaminada pela Arte Sétima, num
dos cinemas do meu pai. Um espetáculo que cinéfilos viram à época deveras deslumbrados
não apenas em razão do filme “Casablanca”, mas pelas multidões que buscavam o
cinema e suas bilheterias, que nesse dia houve de se multiplicar.
Seguidor que tenho sido da trajetória dessa grande
obra não poderia deixar de hoje registrar a efeméride cinematográfica e hollywoodiana de “Casablanca”, nesses seus 70
anos. Filme que conseguiu ratificar para o mundo, o verdadeiro glamour de uma
das mais poderosas indústrias do Cinema de todos os tempos.
De “Casablanca” e desse tempo que passou, para nós ficam
recordações e também “motivo de uma grande amizade”; tudo isso embalado por sua
indelével canção: As Time Goes By...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário