Por analogia, lembro que ele começou a existir com nome de artista. Não só porque tenha realizado um dos documentários mais revolucionários da história dos cinemas paraibano e brasileiro, mas, por ter mesmo nome que leva a marca da própria Arte.
Arte de nome e de feitos, se lembrarmos, por exemplo, duas obras inesquecíveis do nosso cinema: “Aruanda” (que fiz questão de homenagear, recentemente, numa das cenas do meu filme “ANTOMARCHI”, resgatando a esquina do Cine Rex dos anos 60) e “O Salário da Morte”, primeiro longa-metragem paraibano.
Independentemente do feito por ele realizado, detenho-me ao seu nome de batismo: LINDUARTE. Afora o significado matematicamente valorativo (“quantum”) que a expressão possa imprimir, a EQUAÇÃO do seu nome é significante, igualmente, no plano das artes. Senão vejamos esta simples “equação”: Trocando-se a base/raiz da estrutura da palavra (Lindu) por “belo”(a) + Arte = Bela Arte. Desculpem a trocadilho, mas não seria coincidência demais?...
Pois bem, não por menos a re/publicação no Correio das Artes (A União) deste domingo (26) o merecido registro sobre Linduarte Noronha e seu “Aruanda”. Trata-se de uma remota entrevista a hoje membro da nossa Academia Paraibana de Cinema, em razão do meio século de existência e de resistência do documentário, marca indelével de um cinema que jamais se deixou dobrar, em razão de modismos e outros “ismos”, tão próprios à pirotecnia dos dias atuais.
E o “blog“ Coisas de Cinema, irmanando-se a tão importante data, presta também sua homenagem ao nosso “prior”, não apenas pelo seu feito com “Aruanda” – cinquenta anos de escola de cinema documental no Nordeste brasileiro, sobretudo – mas, certamente, pela memória representativa/respeitosa, base técnica e reflexiva dos valores locais ao que hoje se constrói em termos de Cinema na Parahyba.
Parabéns, amigo Linduarte! Pelo feito marcante de “Aruanda” e por existires...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br