Como de costume, na quinta-feira que passou levei mais um tema para ser discutido pelos alunos em sala de aula. Aproveitando o que havia escrito em meu blog (“É possível interagir com o Cinema?”), promovemos um debate dentro dos parâmetros da própria disciplina que leciono: Elementos de Linguagem Musical e Sonoplastia. Sempre com um víeis direcionado para as trilhas sonoras, que são compostas para os filmes e vídeos que se realizam.
Pois bem, foi uma boa discussão! Um monte de indagações se nos foram possíveis, justamente, em razão da complexidade que o assunto ainda exige. Necessariamente, no tocante à imagem, que terá sido o foco maior, mas este foi desviado para a questão do 3D. Assunto tão em voga no momento. Aí, na verdade, a questão ficou mais curiosa e intrigante por parte dos alunos, já que estes não conheciam outras experiências da Terceira Dimensão no Cinema.
Lembrei a eles o que tinha abordado no meu blog sobre o assunto, recentemente, e isso nos deu mais subsídios ainda à boa discussão. Falei que, conforme dados de experimentos ótico-científicos, o 3D no cinema nada mais é que um filme onde as imagens são codificadas de forma a dar ao espectador a ilusão de uma terceira dimensão espacial. E que, para tanto, pelo menos no presente, isso só é possível com o auxílio de um suporte ocular (óculo especial).
Mas, já existem também recursos outros além dos óculos, que se baseiam nas descobertas do físico húngaro Dennis Gabor – a Holografia. Segundo estudos nesse sentido, a holografia nada mais é que uma maneira de se fazer um registro para apresentar uma imagem em três dimensões pelo uso essencialmente da luz. O conceito foi criado em 1948 por Dennis Gabor e hoje se expande com as mais diversas utilidades e aplicações. O Cinema já vem utilizando essa técnica para uma acessibilidade mais fácil ao suporte 3D.
O moral de tudo isso: não se trata de um processo real de interatividade com a imagem, como muitos querem pretender, mas uma ilusão dessa interatividade entre o observador e o observado. No caso do Cinema, entre o espectador e o filme assistido. Interatividade é outra coisa.
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br / www.alexsantospb.blogspot.com
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