Em março de 2009, ainda impressionado com a sua performance de acadêmico, dando sugestões positivas às futuras ações da nossa Academia de Cinema, recebi do amigo e Acadêmico Manoel Jaime (pois, não gosta muito que o chame de Doutor) dois presentes valiosos. Frutos da sua capacidade médica e da visão privilegiada que sempre teve sobre o bucolismo e a beleza da Cidade de João Pessoa, urbe que o adotou como filho ilustre. Como se não bastasse tudo isso, tocou-me, mais ainda, o sentido de uma de suas obras: a paixão quase que doentia do autor pelo Cinema, aliada ao conhecimento sobre os princípios físicos que fundamentam a própria Arte-do-Filme.
Dedicou-me o seu primeiro livro:
– “Caro Alex, aqui, a persistência de imagens retinianas, ligadas ao Cinema na cidade de minha infância”.
E, no segundo livro:
– “Divido com você a vontade de ver a cidade de João Pessoa ainda mais moderna e humanizada”.
O relato de Jaime sobre as luzes e o écran de “um cinema de criança”, que foi só seu (apesar do coletivo que essa Arte tão bem representa) e que ainda permanece no seu imaginário, bem como, o desejo do amigo, em querer ver a “humanização” da cidade que o acolheu, aliada à inevitável e fractal modernização dos seus meios atuais, tudo isso me fez lembrar o filósofo francês Edgar Morin. Para quem deve existir a “humanização do próprio Cinema”, motivo de uma de minhas primeiras leituras, quando galguei os caminhos da minha pós-graduação e Comunicação Social, na Universidade de Brasília.
Hoje, sem surpresa alguma, pelo que representa o Doutor Manoel Jaime Xavier no seio da classe médica paraibana, recebo de suas mãos o honroso Convite para que participemos, eu e minha esposa Lili, do seu coroamento maior na Academia Paraibana de Medicina. O que deve acontecer nesta sexta-feira (23), na sede da Entidade, à Av. Pedro II, no centro de João Pessoa. Pois bem, como já escrevi anteriormente sobre o amigo, “houve de existir a feliz oportunidade de nos conhecermos pessoalmente, quando das primeiras reuniões para a formação da nossa (também) Academia Paraibana de Cinema”.
No que tange, ainda, ao Cinema, lembraria que o nosso filme está sendo finalizado, graças a sua valiosa e indiscutível participação. E, ao receber o seu convite, amigo Jaime, faço-o com a mesma sofreguidão de quando saboreei as suas duas obras “Os Cinemas de Currais Novos” e “Descobrindo a Cidade de João Pessoa”. Mais ainda, porque redescubro no colega imortal da Academia Paraibana de Cinema, como se já não bastassem outros atributos que possui no campo da cinematografia, a sua veia imortal para as coisas que dizem respeito à Vida. Aos seres humanos. Obrigado aos quantos te escolheram à “Imortalidade Médica”; obrigado a você por merecê-lo e também, amigo Jaime, por conhecê-lo. Mais uma vez parabéns!...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
Um comentário:
Co-participações como essa a que o ilustre cineasta Alex Santos faz referência em seu último artigo, "Redescobrindo, no cinema, valores amigos-II", são a prova contundente de que, inobstante em áreas tão distintas de atuação profissional, a sensibilidade dos colaboradores da arte, muito menos do que traduzir um gosto apurado para o belo significa, em verdade, no caso específico ora observado, que a concretização de uma idéia em um trabalho cinematográfico relevante deve-se, em parte, a perspicácia do artista em captar das coisa e das pessoas a beleza que pretende traduzir nas telas, transformando-a em algo eterno.
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