segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A arte da ilusão pelas imagens

 "Hugo Cabret" de Scorcese: um grande momento do cinema.

O grande mistério do Cinema está nele mesmo; na sua magia, que nos transporta!
Esta é uma afirmação que trago comigo, desde que mundo é mundo e o cinema fez-se importante em minha/nossas vidas. Digo “nossas”, no sentido amplo, generalizado, envolvendo os quantos têm se debruçado nas “coisas” dessa Arte, que tem encantado os cinemeiros nas diversas parte do nosso Universo.
Diante de tais premissas, houve de existir, sempre, indagações: As imagens que são projetadas numa tela branca significam, apenas, uma quimera? Em grande maioria, não são a “representação” de uma realidade vivida pela Sociedade no seu dia-a-dia? Realidade que, convenhamos, de quando em vez é muito mais contundente e real que a mostrada pelo próprio cinema?
Um parágrafo inteirinho de questionamentos, quiçá, não seja suficiente na busca de uma resposta à definição do que mais simbólico e encantador deva ser a Arte-do-filme. Uma Arte singular, completa, com letra maiúscula, que traduz de forma direta através de seu discurso facetas do intimismo e/ou da extroversão dos quantos personagens aborda.
A fotografia em movimento, um dos grandes feitos do final do Século XIX, terá sido o primeiro passo para a evolução da construção da imagem que hoje experimentamos no cinema e em outras mídias audiovisuais. Novidade que se alastrou pelo business world e redes de cinema dos diversos países, inclusive o Brasil.
Por meio de uma remota velocidade em 16q/s (quadros por segundo), ou, no padrão sonoro atual de 24 q/s, ou, ainda, digitalmente em frames, não importa sua complexidade estrutural narrativa, o cinema continua o mesmo - O veiculador, através do “folhetim”, de uma mensagem esperançosa a “alimentar” o sonho. “Movie”, no começo apenas imagético, hoje, adornado de todos os aparatos audiovisuais e tecnológicos possíveis, mas que se destina ao amplo entretenimento de massas, enquanto função social reconhecidamente importante.
Verdade é que as produções têm se voltado para a verdadeira finalidade da Sétima Arte, que é a da diversão. E isso só é possível, se nos parece, com uso da Dramaturgia, que nos dá amplas condições de criar, envolvendo formas e nuanças de representação de vida, de coisas, a partir do uso das novas tecnologias audiovisuais. Mas, na sua essência, a Arte do Cinema continua a mesma: humanizar, através de suas imagens, os sentimentos vários. 
         A partir do momento em que se pretenda desmistificar o seu cerne, o seu âmago, a sua essência enquanto “Arte do belo”, pouco ou quase nada restará de sua magia, do seu real encantamento.
 
ALEX SANTOS é Vice-Presidente da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.

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