"Antomarchi": Uma equipe em sintonia fina
QUANDO do lançamento de “Antomarchi” na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, no final do ano passado, após a exibição do filme alguém da plateia se mostrou interessado em saber quanto tinha custado sua Produção. Presentes estavam os produtores, parte do elenco e a direção de “Antomarchi” a convite do também cineasta Rômulo Azevedo e da direção do Cineclube Machado Bitencourt.
A Produção do filme mostrou-se de certa forma intrigada ao questionamento, mais ainda, em razão de observações bastante positivas sobre o filme e o cuidado reconstitutivo de época em sua produção. Colocações que antes tinham sido feitas pelo próprio e curioso assistente acomodado no fundo da sala. Em não sendo respondido de pronto e voltando a fazer elogios à Produção do filme, foi necessário que fizéssemos alguns esclarecimentos.
Disse-lhe da importância do que é ter uma boa ideia para a Realização em Cinema (ou vídeo), justamente, a partir de um bom texto. Disse-lhe, ainda, o que representa a sintonia de uma equipe cujo propósito é o da simples e obstinada participação em um projeto, ao qual a pecúnia nem sempre é o mais importante. E que a força de trabalho na realização de um filme, antes de objetivar uma remuneração deve visar tão somente um resultado positivo e satisfatório para essa obra. Em verdade, de tudo isso resultou “Antomarchi”.
Não obstante o que foi dito, sendo mais objetivo à indagação do nosso interlocutor, fiz questão de dar-lhe uma pista sobre o valor real da Produção do “Antomarchi”. Disse-lhe: Admitamos que você tenha proposto a um Fundo de Cultura desses um valor de R$ 50, 60 ou 70 mil reais (como normalmente vem acontecendo), para a realização de um simples Documentário em vídeo. “Antomarchi”, com todas as implicações de uma Ficção – reconstituição de época, módulos cênicos, figurinos e performances –, seus custos de produção jamais passaram da metade do que aqui mencionamos.
E Conclui: Por tudo isso, meu amigo e curioso espectador aqui presente, e tomando conhecimento do recente número de inscrições no Fundo Municipal de Cultura, da PMJP, e sem nenhum embargo a quaisquer projetos que existam, vejo com constrangimento o fato de somas que são solicitadas e até conseguidas pelas mesmas pessoas, todos os anos, através desses instrumentos de apoio à Cultura, para a realização de um simples registro audiovisual. Mesmo na Arte, acredito que o bom senso deva prevalecer...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor, jornalista e cineasta E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br / www.asprod.com.br