A soma não é de se jogar fora. Muito menos ignorá-la. Sob a chancela da chamada Cota de Tela, o Governo vai injetar quase um bilhão de reais no mercado cinematográfico brasileiro através do PAR 2009 - Prêmio Adicional de Renda. Uma espécie de “PAC” da Cultura, que objetiva tirar da letargia a distribuição de filmes nacionais, já que a produção está com a carga toda.
O PAR é um mecanismo de apoio automático às empresas de cinema, nos seus três segmentos representativos: produção, distribuição e exibição. Embora haja certa euforia no meio cinematográfico com o apoio, há de se considerar que, nessa espécie de cadeia produtiva, existe o lado mais carente que é o do mercado exibidor. Fato que vem de ser reconhecido, inclusive, pelo próprio Diretor-Presidente da ANCINE, Manoel Rangel (de terno na foto).
Conforme disse em entrevista recente, “o baixo número de salas de cinema e a sua concentração nos grandes centros urbanos representam um entrave ao desenvolvimento sustentado da indústria. Com quase 200 milhões de habitantes, temos apenas 2.278 salas de cinema, distribuídas em 409 municípios”.
Pois é. Enquanto a produção de filmes aumenta, situação que vem se mostrando auspiciosa para o nosso cinema, o número de salas diminui, configurando uma verdadeira contradição. Talvez por isso a ANCINE venha apoiando os cinemas de uma e duas salas com recursos do PAR, desde a implementação do programa há mais de quatro anos. A ampliação dos mercados de exibição é um dos nossos maiores desafios.
Agora mesmo, não sei se tocado por essa realidade, o IPHAEP tenta a todo custo reativar duas salas de cinema em Campina Grande: o Capitólio e o São José. Ambos, totalmente abandonados pelos Poder Público local. No caso específico do São José, trata-se de uma novela que vem se arrastando havia anos. Com essa nova investida do Governo do Estado, junto à Prefeitura local, é possível tenhamos algum desfecho favorável para as duas tradicionais salas de cinema daquela cidade.
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
sábado, 29 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Memorial do Cinema Paraibano - I
As entidades mais representativas da cultura cinematográfica e do seu meio produtivo, na Paraíba, firmaram um Protocolo de Intenções em dezembro de 2007, durante a realização do III FesAruanda. O objetivo desse protocolo foi o de gerar soluções para alguns problemas que envolvem o cinema paraibano, dentre os quais a preservação dos nossos acervos materiais e imateriais.
Sob aspiração de um grupo mais comprometido com a atividade cinematográfica no nosso Estado, tendo à frente a Academia Paraibana de Cinema, essas pretensões estão de volta e se corporificando, na medida em que um projeto está sendo agora implementado para a criação, implantação e manutenção do Memorial do Cinema Paraibano. Uma antiga aspiração dos que tratam a Sétima Arte como um dos segmentos mais importantes da nossa Cultura.
O Governo do Estado, Prefeitura Municipal de João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, Unipê, ABD-PB, que, à época, subscreveram o Protocolo, estão sendo novamente contatados sobre o assunto, pela Academia Paraibana de Cinema. O IPHAN, cuja política de preservação tem repercutido bastante nos últimos tempos, está examinando também o Projeto do Memorial do Cinema Paraibano.
Sob aspiração de um grupo mais comprometido com a atividade cinematográfica no nosso Estado, tendo à frente a Academia Paraibana de Cinema, essas pretensões estão de volta e se corporificando, na medida em que um projeto está sendo agora implementado para a criação, implantação e manutenção do Memorial do Cinema Paraibano. Uma antiga aspiração dos que tratam a Sétima Arte como um dos segmentos mais importantes da nossa Cultura.
O Governo do Estado, Prefeitura Municipal de João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, Unipê, ABD-PB, que, à época, subscreveram o Protocolo, estão sendo novamente contatados sobre o assunto, pela Academia Paraibana de Cinema. O IPHAN, cuja política de preservação tem repercutido bastante nos últimos tempos, está examinando também o Projeto do Memorial do Cinema Paraibano.
O Protocolo, anteriormente assinado por todos os organismos acima citados, traz algumas propostas geradoras de soluções para o nosso cinema. Entre as quais, implantar o Memorial em local apropriado às suas reais funções – servir como centro de pesquisa cinematográfica e de apoio às produções aqui realizadas; Adquirir, manter e preservar todos os acervos iconográficos, literários e fílmicos, que se destinarão ao conhecimento público.
Em recente reunião dos membros da Academia Paraibana de Cinema, realizada no Cine Mirabeau, e que atualmente compõem o grupo de trabalho do Projeto Memorial, ficou acordado que o novo projeto deve conjugar a participação efetiva das entidades paraibanas representativas, acima citadas, de modo célere, como exige a tarefa da preservação dos materiais cinematográficos, mídias sensíveis e perecíveis às ações do tempo.
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Vale Cultura: uma saída para o nosso Cinema?
A Sétima Arte elitizou-se. Com o fechamento da quase totalidade dos cinemas de bairros, por esses brasis afora, e a notória criação de seletivas salas nos shopping centers, o culto à “arte-do-filme” inovou-se. O Cinema ganhou novos contornos tecnológicos de projeção, inclusive, assimilando clientela nova e seus estranhos cacoetes na busca de entretenimento. Sem contar com a famigerada pipoca e o “clima de pic-nic”, hoje tão comuns dentro das salas de projeção. Chocante!...
Esta semana, pela televisão, vi a entrevista de um dos secretários do Ministério da Cultura, que afirmava ser o Vale Cultura uma das saídas para o Cinema Nacional. Segundo disse, pessoas que percebem até dois salários mínimos agora poderão se beneficiar do referido “vale”, para irem ao cinema ou assistirem a outras formas de artes. Há, realmente, um contra-senso na proposta, porquanto a classe social mais carente, via de regra, mora afastada dos grandes centros urbanos.
Sinceramente, quanto a uma maior aceitação do cinema brasileiro, tenho minhas dúvidas. Não que o filme brasileiro seja menos interessante que o de outros países. Esse não é o caso. A verdade é que faltam salas de projeção nos bairros das capitais e nas cidades do interior de cada estado. Salas que possam suprir verdadeiramente a demanda da opinião pública pelo nosso cinema. A questão é: quem vive com apenas dois salários mínimos, jamais terá condição de se deslocar ao centro das capitais e freqüentar uma sala de cinema em um shopping center.
Existe, contudo, pretensões por parte do governo brasileiro de apoiar um projeto de expansão do parque exibidor. Atualmente há um estudo, que seria o de incentivar a criação de salas de cinema na periferia das grandes cidades e fazer os bons filmes chegarem lá. O dado interessante disso tudo é que a comunidade cinematográfica e o Conselho Superior de Cinema estão trabalhando no projeto de expansão de um circuito de salas nas periferias, com apoio da Ancine e do BNDES, há algum tempo. Se essa pretensão de concretizar... o Vale Cultura/Cinema terá sentido. Senão...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, jornalista e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
Esta semana, pela televisão, vi a entrevista de um dos secretários do Ministério da Cultura, que afirmava ser o Vale Cultura uma das saídas para o Cinema Nacional. Segundo disse, pessoas que percebem até dois salários mínimos agora poderão se beneficiar do referido “vale”, para irem ao cinema ou assistirem a outras formas de artes. Há, realmente, um contra-senso na proposta, porquanto a classe social mais carente, via de regra, mora afastada dos grandes centros urbanos.
Sinceramente, quanto a uma maior aceitação do cinema brasileiro, tenho minhas dúvidas. Não que o filme brasileiro seja menos interessante que o de outros países. Esse não é o caso. A verdade é que faltam salas de projeção nos bairros das capitais e nas cidades do interior de cada estado. Salas que possam suprir verdadeiramente a demanda da opinião pública pelo nosso cinema. A questão é: quem vive com apenas dois salários mínimos, jamais terá condição de se deslocar ao centro das capitais e freqüentar uma sala de cinema em um shopping center.
Existe, contudo, pretensões por parte do governo brasileiro de apoiar um projeto de expansão do parque exibidor. Atualmente há um estudo, que seria o de incentivar a criação de salas de cinema na periferia das grandes cidades e fazer os bons filmes chegarem lá. O dado interessante disso tudo é que a comunidade cinematográfica e o Conselho Superior de Cinema estão trabalhando no projeto de expansão de um circuito de salas nas periferias, com apoio da Ancine e do BNDES, há algum tempo. Se essa pretensão de concretizar... o Vale Cultura/Cinema terá sentido. Senão...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, jornalista e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
terça-feira, 4 de agosto de 2009
“PARAHYBA”: Um feito de saga, resistência e conquistas
Nos velhos tempos da efeméride do Quarto Centenário da Parahyba – e lá se vão um quarto de século –, eu e o historiador José Octávio de Arruda Mello nos empenhamos numa jornada, que seria a de relembrar fatos, sagas e dar maior ênfase à História do povo paraibano. A trajetória foi longa... Percorremos a Paraíba do Litoral ao Sertão, levando a informação histórica às escolas, professores e alunos de todo o Estado.
Mais do que uma simples experiência cigana, acadêmica, fizemos também o papel de guardião e preconizador dos nossos próprios valores culturais e artísticos: Lançamos livros de autores paraibanos, promovemos encontros em escolas e setores organizados da sociedade nas diversas cidades, mais ainda, fizemos do Cinema o carro-chefe dessa jornada, a partir das exibições do Documentário “Parahyba”, um dos ícones da nossa doméstica cinematografia.
Não terá sido em vão esse esforço. Porquanto vimos brilhar diferentemente os olhos dos quantos nos assistiram, despertados de uma espécie de letargia muitas vezes por desconhecimento da nossa historiografia, fato até então cultuado nos bancos acadêmicos do nosso alunado. Deficiência curricular sobre a História da Paraíba, hoje, quiçá, já não tão acentuada como antes.
Pois bem, como naqueles velhos tempos de efemérides culturais, eu e o historiador José Octávio de Arruda Mello, mais uma vez, vimo-nos portadores dessa informação histórica. Ele, como sempre, trazendo à tona novas reflexões através do seu mais recente lançamento historiográfico sobre sagas, resistências e conquistas do povo nordestino; eu, também, trazendo as imagens de uma região brasileira que tem sabido se impor em razão da sua própria importância social, cultural e religiosa.
Nesta quarta-feira 05 de agosto, data emblemática para o nosso Estado, a secular Mamanguape celebra os 424 anos de nossa História. O Centro de Cultura daquela importante cidade, um dos entrepostos comerciais e adentramentos de invasores do além-mar, em tempos de Colonização da Parahyba, relembrará o grande feito com palestras, lançamento de livros e a exibição do Documentário “Parahyba”.
ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
Mais do que uma simples experiência cigana, acadêmica, fizemos também o papel de guardião e preconizador dos nossos próprios valores culturais e artísticos: Lançamos livros de autores paraibanos, promovemos encontros em escolas e setores organizados da sociedade nas diversas cidades, mais ainda, fizemos do Cinema o carro-chefe dessa jornada, a partir das exibições do Documentário “Parahyba”, um dos ícones da nossa doméstica cinematografia.
Não terá sido em vão esse esforço. Porquanto vimos brilhar diferentemente os olhos dos quantos nos assistiram, despertados de uma espécie de letargia muitas vezes por desconhecimento da nossa historiografia, fato até então cultuado nos bancos acadêmicos do nosso alunado. Deficiência curricular sobre a História da Paraíba, hoje, quiçá, já não tão acentuada como antes.
Pois bem, como naqueles velhos tempos de efemérides culturais, eu e o historiador José Octávio de Arruda Mello, mais uma vez, vimo-nos portadores dessa informação histórica. Ele, como sempre, trazendo à tona novas reflexões através do seu mais recente lançamento historiográfico sobre sagas, resistências e conquistas do povo nordestino; eu, também, trazendo as imagens de uma região brasileira que tem sabido se impor em razão da sua própria importância social, cultural e religiosa.
Nesta quarta-feira 05 de agosto, data emblemática para o nosso Estado, a secular Mamanguape celebra os 424 anos de nossa História. O Centro de Cultura daquela importante cidade, um dos entrepostos comerciais e adentramentos de invasores do além-mar, em tempos de Colonização da Parahyba, relembrará o grande feito com palestras, lançamento de livros e a exibição do Documentário “Parahyba”.
ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
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