Ao fazer um cinema socialmente vigoroso, inovador, mas numa ótica não politicamente sectária, e que servisse de parâmetro ao discernimento da realidade política de então, ou em qualquer fase da vida brasileira, Glauber Rocha optou por uma proposta de renovação, também, do próprio cinema nacional. Em março, mês do seu aniversário de nascimento, parte de sua obra foi revisitada nos Estados Unidos, dentro de um processo de restauração do seu grande acervo.
Em seus contundentes pronunciamentos Glauber consegue ser mais direto ao afirmar que a fome latina não é apenas uma questão simplesmente real, alarmante, mas “é o nervo da sua própria sociedade”. E ratifica a função e originalidade do Cinema Novo, quando faz referência direta ao cinema paraibano, citando o documentário “Aruanda”, de Linduarte Noronha.
Subvertendo a ordem de construção das coisas, aplicando rimas inusitadas à linguagem cinematográfica, procurando impor diferenciações ao academicismo exacerbado e ao esteticismo de cunho formal importado, para ele nocivos à arte, Glauber fez com que o Brasil pensasse o Brasil.
Em sua obra, uma reflexão onde o politicamente óbvio das manifestações populares ganhe o essencial na arte, sem rodeios ou máscaras, sem que interviesse negativamente no sentido da proposta, mas servido como base para uma tomada nova de atitude dentro do fazer artístico. E cujo modelo jamais se distanciasse da nossa própria realidade enquanto povo.
A rigor, um cinema histórica e revolucionariamente engajado, nitidamente inovador “gramaticalmente”, embora difícil de ser entendido na época. Isso nos fazendo lembrar o pensamento maiacoviskiano de que, “sem forma revolucionária não há arte revolucionária”. Esse era o ponto de vista glauberiano e de tantos outros cineastas cinemanovistas comprometidos com as necessidades de mudanças políticas e estéticas de sua época.
Se vivo fosse, Glauber Rocha estaria vivendo uma nova realidade política, cinematograficamente? A que grau de intensidade a sua subversão de linguagem estaria hoje com os novos recursos da imagem digitalizada? A complexidade do seu cinema seria menos complexa nos tempos atuais? São questões de difíceis respostas sem a sua presença no cenário cinematográfico brasileiro.
ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br contato@asprod.com.br
domingo, 29 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
APC lança seu primeiro Boletim informativo
A Academia Paraibana de Cinema, em mais uma de suas realizações, acaba de lançar o primeiro número do seu boletim informativo, podendo ser lido no próprio site da entidade (http://www.academiaparaibanadecinema.com.br/). A Editoria é deste colunista, que igualmente produziu o design gráfico do periódico, que vem sendo amplamente elogiado pelos membros da Academia.
Com o título de Informe APC, a publicação será bimensal e traz vários espaços destinados a informações da própria Academia e de seus membros. No seu primeiro número, além de matérias sobre a recente instalação da entidade e posse de seus fundadores, traz as homenagens prestadas ao cineasta Nelson Pereira dos Santos e ao artista plástico Flávio Tavares, em recepções muito concorridas.
Outro destaque do Informe foi para o lançamento do curta-metragem “Elipse: A Idade do Cinema”, realização da AS Produções, que foi exibido para comemorar o Dia Mundial do Cinema. A exibição foi feita no Cine Mirabeau, como parte de vasta programação da inauguração da primeira Cadeira da APC, que tem como patrono Assis Chateaubriand e ocupante o próprio dono da sala de exibição Mirabeau Dias.
Uma coluna especial intitulada “Atividades dos Acadêmicos” trata dos assuntos mais relevantes de cada membro da entidade, seus projetos e realizações no campo da cinematografia. Informações essas fornecidas pelos próprios membros da entidade, que fazem questão de participar da programação da APC, que está sendo anunciada para este ano.
O “Calendário de Atividades da APC” é outro espaço destinado à previsão de programas já traçados pela entidade para 2009. Nele, estão sendo anunciadas as seguintes ações: Exibição de “Uma Verdade Inconveniente”, documentário de Al Gore (USA), no Auditório da UFPB e Exposição de antigos equipamentos cinematográficos, no Shopping Tambiá, durante os meses de março e abril.
Para o mês de maio, durante o CINEPORT, haverá o lançamento do Catálogo Festival de Cinema e Atividades Afins na Paraíba, em 2009 e a versão impressa do Diretório da APC. Em junho, Reunião da Academia, em Campina Grande, e visita ao Projeto Roliúde Nordestina, em Cabaceiras/PB.
ALEX SANTOS – Membro da Academia Paraibana de Cinema.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br contato@academiaparaibanadecinema.com.br
Com o título de Informe APC, a publicação será bimensal e traz vários espaços destinados a informações da própria Academia e de seus membros. No seu primeiro número, além de matérias sobre a recente instalação da entidade e posse de seus fundadores, traz as homenagens prestadas ao cineasta Nelson Pereira dos Santos e ao artista plástico Flávio Tavares, em recepções muito concorridas.
Outro destaque do Informe foi para o lançamento do curta-metragem “Elipse: A Idade do Cinema”, realização da AS Produções, que foi exibido para comemorar o Dia Mundial do Cinema. A exibição foi feita no Cine Mirabeau, como parte de vasta programação da inauguração da primeira Cadeira da APC, que tem como patrono Assis Chateaubriand e ocupante o próprio dono da sala de exibição Mirabeau Dias.
Uma coluna especial intitulada “Atividades dos Acadêmicos” trata dos assuntos mais relevantes de cada membro da entidade, seus projetos e realizações no campo da cinematografia. Informações essas fornecidas pelos próprios membros da entidade, que fazem questão de participar da programação da APC, que está sendo anunciada para este ano.
O “Calendário de Atividades da APC” é outro espaço destinado à previsão de programas já traçados pela entidade para 2009. Nele, estão sendo anunciadas as seguintes ações: Exibição de “Uma Verdade Inconveniente”, documentário de Al Gore (USA), no Auditório da UFPB e Exposição de antigos equipamentos cinematográficos, no Shopping Tambiá, durante os meses de março e abril.
Para o mês de maio, durante o CINEPORT, haverá o lançamento do Catálogo Festival de Cinema e Atividades Afins na Paraíba, em 2009 e a versão impressa do Diretório da APC. Em junho, Reunião da Academia, em Campina Grande, e visita ao Projeto Roliúde Nordestina, em Cabaceiras/PB.
ALEX SANTOS – Membro da Academia Paraibana de Cinema.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br contato@academiaparaibanadecinema.com.br
sexta-feira, 6 de março de 2009
ACP homenageia Nelson Pereira e Flávio Tavares
O cineasta Nelson Pereira dos Santos, que esteve recentemente em João Pessoa, vivenciou dois momentos importantes junto à Academia Paraibana de Cinema. O primeiro foi no Auditório da Reitoria da UFPB, quando da abertura das celebrações dos trinta anos do Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC), numa iniciativa do acadêmico João de Lima, diretor do núcleo de cinema universitário.
Naquela ocasião esteve presente a Diretoria do APC, representada pelos acadêmicos Wills Leal, Alex Santos e José Bezerra, além de outros integrantes da Academia. Foi exibido o clássico filme “Vidas Secas” de Nelson Pereira, a sessão foi seguida de um amplo debate. Um número considerável de pessoas superlotou o auditório, prestigiando assim a vinda do grande cineasta brasileiro à Paraíba.
O segundo momento de Nelson Pereira junto à APC foi na Academia Paraibana de Letras. Ali lhe foi outorgado o Título de Sócio Benemérito da Academia Paraibana de Cinema, pelo que agradeceu sensibilizado. Oportunidade em que o cineasta carioca fez parte de uma concorrida mesa de discussão sobre a problemática do cinema nacional e da Cultura em geral visto ser o próprio Nelson membro da Academia Brasileira de Letras.
Quanto ao artista plástico (hoje Secretário de Governo do Estado) Flávio Tavares, a Academia Paraibana de Cinema realizou na sexta-feira 13 de fevereiro um encontro de confraternização. As atividades aconteceram na residência do acadêmico José Bezerra Filho, numa verdadeira noite de Artes. Na ocasião foi entregue ao pintor Flávio Tavares – autor da logomarca da Academia - o diploma de Sócio Benemérito da entidade cinematográfica paraibana.
Foram exibidos documentários das Solenidades de Inauguração da APC, no Hotel Tambaú, em fins de dezembro passado, além de “Caminhada de um escravo da arte” de José Bezerra Filho, “Os carnavais do Clube Cabo Branco nos anos 50 e 60” de Damásio Franca, além de um “pot-pourri” das chanchadas carnavalescas da Atlântida, brindando assim o período de Momo. A noitada terminou com uma forte dose etílica e confraternização.
ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br
contato@asprod.com.br
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