sábado, 7 de fevereiro de 2009

Benjamin Button: remoçando para um Oscar envelhecido

Uma estória contada de trás pra frente. Não é usual uma narrativa dessa natureza, justamente quando o protagonista é quem dita, física e cronologicamente, as regras de um jogo assim, digamos, um tanto bizarro. Mas, Hollywood quando quer faz e o mundo aceita, e passa a acreditar no que ela constrói. Porque a indústria de cinema “Tio Sam” aprendeu a lidar com o inconcebível, apelando para o concebível. E até consegue...

Neste final de semana assisti a “The Curious Case of Benjamin Button”, ou melhor, “O Curioso Caso de Benjamin Button”, baseado no conto de Francis Scott Fitzgerald publicado no início da década de vinte do século passado. Logosófico e intrigante o filme, do ponto de vista de estrutura, porque é o personagem principal Benjamin Button (Brad Pitt) quem conduz todo o ritmo narrativo, como se fosse um timoneiro, que na estória vivencia igualmente a aventura de um barqueiro.

A ação se passa em 2008, mas a estória remonta aos anos dezoito do século vinte. Com um roteiro até certo ponto inteligente, o protagonista vai costurando as ações e situações entre os demais personagens, como se procurasse justificar a proposta do filme. Coisas que a direção de David Fincher consegue desenvolver, ajudado pela pose e lentidão de Brad Pitt, “introspectivo”, num ritmo de quando em vez enfadonho. Sinais das duas grandes guerras (1918 e 1942) pontuam alguns instantes do filme, mas sem nenhuma pretensão histórica.

O fato é que todos nós aguardamos uma explicação convincente para o dramático caso Benjamin, o que deve acontecer mesmo no final. Até porque aquela regressão de vida deve dar em alguma coisa, senão "oscariana", pelo menos numa outra tragédia igual ou semelhante ao nascimento daquele bebê envelhecido e “monstrengo”, de cuja presença foge o pai desesperado. E é o que acontece...

*LEMBRETE: “A Logosofia é a ciência do presente e do futuro, porque encerra uma nova e insuperável forma de conceber a vida, de pensar e sentir, tão necessária na época atual para elevar os espíritos acima da torpe materialidade reinante”.

ALEX SANTOS – da Academia Paraibana de Cinema.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@academiaparaibanadecinema.com.br
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