O meio cinematográfico local, numa atitude que reputo de havia muito necessária, vem de enamorar-se da mais nova sigla representativa às tradições do que fomos (e ainda somos) ao longo desses mais de cem anos de Cinema Paraibano. Uma sigla tão ou mais poderosa do que foi, anos atrás, a partir da segunda metade dos anos 50, a ACCP – Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba.
Naquela época, sob a égide de uma filosofia a la “Cahiers du Cinéma” e “Nouvelle Vague”, substancialmente respaldada no amplo pensamento crítico europeu, na eclosão do nosso cineclubismo e em filmes simbólicos e memoráveis, que nos fizeram a cabeça, haveríamos de ser cooptados a testemunhar e participar do surgimento da tão querida ACCP. Bons tempos de um cinema reconhecido, majoritariamente, na sua atonal “espiritualidade”.
Hoje, mesmo diante de uma realidade filosoficamente diferenciada, vimos realizar nosso segundo encontro para definir as bases da nova “sigla cinematográfica”: APC. Ou seja, Academia Paraibana de Cinema, aquele algo que sempre nos faltou: Um novo “set” de idealismo e desejo em reafirmar mitos e ecos de uma atividade ainda hoje reconhecida, interna e externamente, no nosso Estado.
Nas duas reuniões que realizamos, em setembro e nesse último final de semana, o mesmo entusiasmo dos quantos delas participaram. Nomes, atitudes e feitos cinematográficos, que não são poucos, ainda estão sendo buscados, catalogados à indicação da APC, cujo objetivo contempla, prioritariamente, o congraçamento entre os pares da nova instituição.
A imortalidade dos que construíram o pioneirismo do Cinema Paraibano, em todas as suas áreas, e continuam sendo lembrados, personizará os destinos da nossa Academia. Igual tributo terão aqueles de hoje, a cujas Cadeiras serão designados. Passado e presente, juntos, na cooptação do re/conhecimento das novas gerações à resistência cultural e aos feitos de um Cinema de Província, que se fez grande até os dias de hoje.
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