sexta-feira, 27 de abril de 2012
CINEMA DO SEMIÁRIDO NORDESTINO
Cena do semiárido paraibano, em "A Ninhada"
O Semiárido brasileiro, nordestino e paraibano tem sido alvo das maiores atenções nesses últimos anos. Tanto pela iniciativa privada como pelos governos. O potencial dessa região é entendido como incalculável, considerando não só o que existe na própria terra, mas o que dela e sobre ela se produz econômica, cultural e artisticamente. Iniciativas como a da Transposição do Rio São Francisco, que deverá assistir a centenas de comunidades ribeirinhas, é prova inequívoca das muitas possibilidades que o Semiárido oferece.
No plano da Cultura são as raízes do seu povo que têm mostrado representatividades, através das formas de artes as mais distintas. Graças às iniciativas do Banco do Nordeste, por exemplo, através do seu Programa de Cultura, um dos nossos mais assíduos parceiros temos valorizado a mão-de-obra especializada regional, sobretudo na área do audiovisual.
O FestCine Digital do Semiárido, já na sua quinta versão este ano, de ininterrupto sucesso em quatro estados nordestinos – Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte – é clara demonstração de que o tema “semiárido” tem sido, atualmente, preocupação dos mais distintos setores da sociedade organizada.
O FestCine Digital terá sido porta-voz de um dos segmentos de maior expressão cultural/artística da nossa região: o Audiovisual. Obras importantes focadas na realidade do semiárido têm sido produzidas pelos nossos realizadores e avaliadas criticamente pelo certame, revelando e premiando valores profissionais, que têm normalmente se destacado dentro e fora dos estados do Nordeste. O FestCine Digital, um projeto já consolidado, se organiza para o próximo semestre deste ano.
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
domingo, 1 de abril de 2012
“Cinema Perto de Você” – Aprovação no Senado
Salas de cinema, magia de incomporável mistério.
Implementar uma política de valorização cultural e de inclusão social, através da criação e/ou restauração de Salas de Cinema, em cidades com população entre 20 mil e 100 mil habitantes, se nos parece uma das medidas mais acertadas que o atual Governo Federal está implantando, através do Ministério da Cultura, em parceria com a ANCINE (Agência Nacional de Cinema). Os recursos são da BNDES e da Caixa Econômica Federal, disponibilizando linhas de crédito e financiamento com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA.
Havia mais de dois anos, neste mesmo blog, argumentava sobre essa questão, levando em conta que, na Paraíba, por exemplo, de pouco mais de duzentos e vinte municípios hoje existentes, apenas a Capital e cidades maiores dispõem de salas de cinema, assim mesmo em “shopping centers”. Para se ter ideia da importância da iniciativa do governo, vale destacar que são 1.371 os municípios brasileiros que se encaixam nesse perfil de populações superiores a vinte mil e inferiores a cem mil habitantes.
Esta semana, como de costume, recebi informativo da Agência Nacional do Cinema sobre a Medida Provisória 545, aprovada pelo plenário do Senado Federal no último dia 6, instituindo o Programa “Cinema Perto de Você”, que está sendo coordenado pela própria ANCINE, sob o Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica – RECINE. A partir da implantação do RECINE, investimentos na construção ou modernização de salas de exibição estarão isentos da cobrança de tributos federais.
Não terá sido nenhum favor, nem bondade do Governo implementar essa política de apoio ao cinema. De acordo com dados divulgados pela própria ANCINE, o Brasil é hoje o principal mercado de cinema em receitas de bilheteria em toda a América Latina. Foram vendidos 143,9 milhões de ingressos em 2011, e a renda bruta obtida nas bilheterias brasileiras alcançou R$ 1,44 bilhão, um recorde de arrecadação para a atividade. Com quase 18 milhões de ingressos vendidos e mais de R$ 163 milhões de renda bruta, a bilheteria dos filmes nacionais, em números absolutos, ficou entre as três melhores dos dez últimos anos.
Além da importância de mercado registrada pela então atividade cinematográfica em nosso país, outro dado relevante deve ser considerado: o resgate social de há muito perdido pela Sétima Arte. A perplexidade de alguns poucos brasileiros, quando se deparam com uma tela grande de cinema, é notória e verdadeiramente comovente. O écran luminoso e o dimensionamento de suas imagens conduzem o espectador ao encantamento de um mundo jamais visto em toda sua vida. Mesmo que a “telinha” doméstica já o tenha levado a outros visuais semelhantes.
Agora, pasmem! Desses municípios acima referidos, apenas dez por cento possuem salas de projeção cinematográfica. O que é muito pouco, em sendo o cinema um dos equipamentos de entretenimento da maior aceitação pública, que carece de acesso fácil pela classe média e cujo mercado de trabalho vem sendo testado e se mostrado cada vez mais promissor, principalmente nos últimos anos. Moral da questão: Faça-se do Cinema um dos grandes meios para a inclusão social, inclusive, ampliando o seu poder de mercado neste País!...
ALEX SANTOS – Vice-Presidente da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
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