quinta-feira, 23 de junho de 2011

Adeus às Lanternas... que engalanaram o Cinema










Cena do filme
"Lanternas Vermelhas"

Nessa época de festas, quando as atenções estão voltadas para o calor das fogueiras (dos glutões, para o sabor das comidas típicas), não é fácil alinhavar algumas palavras sobre Cinema. Mas, continuamos a insistir, até por dever de ofício. Num instante assim, nada como uma “dica”. E essa dica veio da minha filha, Alexandra: – “Papai, fale sobre lanternas!”. Não entendi bem a relação e o fundamento de sua sugestão, mas...

Foi aí que deu o estalo: Lembrei-me das lanternas dos projetores dos cinemas de seu avô Alexandre, meu pai, construídas por ele próprio, sob minha permanente, juvenil e deslumbrada admiração, e de outras tais lanternas, igualmente inseridas no contexto cinematográfico. Então pensei: Será que uma coisa tem relação com a outra? Mas, ponderei comigo mesmo. Dependendo de um ponto de vista pessoal, de uma motivação circunstancial, pode até ter. Isso depende do grau de comprometimento emocional que nos leve a estabelecer as relações devidas, entre um e outro motivo. Tipo de coisa que só é possível se mensurar, se explicar, a partir de um apelo aos nossos próprios/verdadeiros sentimentos.


Inicialmente, imaginei tal relação significativa, em razão das memórias de minha infância, quando mergulhava em fantasias indescritíveis, ao pendurar balões e lanternas na porta da minha residência, sob o olhar vigilante de minha mãe, Dona Maria José, na cidade de Santa Rita, e o sentir do cheiro da lenha queimando nas fogueiras de Santo Antônio, São João, São Pedro, e da pólvora dos fogos, em noites úmidas e orvalhadas.


Depois, lembrei-me das “Lanternas Chinesas” – Adornos luminosos e multicoloridos de origem e cultura orientais (das quais se originou o próprio Cinema), para enobrecer determinados ambientes e situações, outrora, muito mais que hoje, enfeites usados também nas nossas tradicionais festas juninas. Mas, agora, como estabelecer a relação entre um e outro significado da “lanterna”, vinculando o assunto ao Cinema de hoje, motivo real desta coluna?


Enfim, e aí está o Cinema – Além das lanternas de projeção do meu pai, fortes e indeléveis memórias, os simbólicos adornos orientais, cenográficos, de “Lanternas Vermelhas”, filme produzido no final dos anos noventa. – Em 1920, na China, um homem muito rico, que tem muitas mulheres. Quando escolhe com qual deseja passar a noite, coloca um sinal bastante chamativo na entrada de sua casa. Utilizando alegorias de um teatro marcado por códigos estéticos, o filme é emblemático. Nesses códigos estéticos, bastante sublimantes, estão as “lanternas”, que de chinesas passaram a ser, também, os códigos de minhas memórias.


Obrigado filha, pela dica tão oportuna!


ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor jornalista. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A cinematografia digital em novos tempos





Costuma-se afirmar que a maior virtude da indústria japonesa de eletro-eletrônicos é diminuir o tamanho e peso dos equipamentos, dando-lhes mais potencialidade e qualidade. Afirmação que tem um certo cunho de verdade, porquanto existir sempre naquela indústria de olhinhos puxados uma preocupação cada vez maior (e sempre demonstrada, tecnicamente) com o que se pode ter de melhor, notadamente no campo da digitalização de imagens e sons.

No mês passado, em Las Vegas, nos Estados Unidos, a Sony mostrou o seu mais recente brinquedinho eletrônico. Será a versão final da câmera Sony CineAlta 4K, que permitirá, finalmente, impulsionar a indústria de produção digital e todas as áreas de aplicação de apresentação, tal como a publicidade e sinalização digital, que há muito dispõem de displays e projetores com mais de 4000 linhas de resolução vertical. E, segundo a própria Sony, as surpresas não vão parar...

– Há algum tempo vimos usando equipamentos da Sony, acompanhando sua evolução tecnológica não só para fins profissionais, mas, também, com a curiosidade que devemos ter, principalmente de quem milita na área da produção audiovisual. Diz Alexandre Menezes, diretor da empresa paraibana AS Produções, afirmando: Recentemente estivemos em Paris (foto), para as gravações de um novo filme, utilizando equipamento também portátil, em HDV, de igual marca da Sony. A intenção da nossa empresa é continuar o sucesso de qualidade de imagem, que tivemos com “Antomarchi”, primeiro trabalho finalizado em Blu-Ray, na Paraíba.

Alguns informes já foram divulgados sobre a nova câmera da Sony. A exemplo de um sensor que vai gerar um sinal RAW, num espaço de cor com resolução 16-bit e amostragem 16:8:8. Isso vai permitir abranger, segundo especialistas, um espectro de cores superior ao de qualquer câmera digital. A câmera Sony 4K poderá gravar de 1 à 72 frames por segundo, com ramping, existindo um modo rápido de até 120 fps, que não compromete a resolução de 4K, uma vez que, constantemente se explora apenas uma parte da informação total do sensor 8K.

ALEX SANTOS é jornalista, cineasta e membro da Academia Paraibana de Cinema. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br