sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Aliás, para que serve então a mídia?





Ataque de 11 de setembro (USA)

Procurando traduzir comparativamente a dinâmica fractal dos tempos atuais e os recursos vastos das novas tecnologias da Informação, vemos que o nosso modus vivendi já não é mais o mesmo. De há muito o consuetudinário, que queiramos ou não, tem-se perdido no emaranhado de situações e planos, na revolução dos bits de uma nova História.

No clic instantâneo das comunicações, “roboticamente”, como num passe de mágica, já se salvam vidas havia quilômetros de distância. Contraditoriamente, num piscar de olhos, apertando-se um simples botão, vidas anteriormente salvas pelo “milagre” científico poderão ser ceifadas, produto da intolerância e desatino dos que, consciente/insensivelmente, dominam e manipulam as massas incautas e desesperançosas, em um mundo hoje verdadeiramente fragmentado.

Quanta contradição tem gerado o então preconizado progresso da humanidade!... Na ampla aldeia global em que vivemos, durante anos, fomos capazes das mais pirotécnicas experiências, numa odisséia não apenas prevista a partir do ano 2001, preconizada tão sabiamente no filme de Kubrick, intencionalmente, nos compelindo a sublimar a “guerra”. Nessa evolução, fomos cooptados à prática da hipocrisia e do desinteresse pela paz, simplesmente porque o confronto armado nos dá pecúnia, status e poder.

Não há de ser tão simples assim, a culminância da complexidade humana num simples aperto de mãos, como desejariam os mais otimistas. Mas, bem que este pudesse ser o gesto de uma catarse e do reconhecimento às equações de toda uma humanidade. Assim, nas relações políticas e sociais, não menos nas artes, o grande desafio mesmo é se conseguir um animus desarmado entre os povos. Atitude essa que tanto nos tem faltado.

Refletindo a priori, sobre um possível elo comparativo entre o que é virtual (pode acontecer) no cinema e na tv, e, a rigor, o que nos é mostrado diariamente através de informes cinéticos e telejornais, haveremos de introjetar algumas imagens, do mesmo modo, admitir algumas verdades de que existe hoje na massa uma espécie de delírio sublimado, diáfano, em todo esse seu processo de induzimento.

Agora, quando nos referimos a uma “cooptação de massa” é porque esse fenômeno socialmente indutivo existe de fato, em forma de “moeda corrente”. Talvez, de maneira eticamente questionável, não nos termos em que essa violência vem ocorrendo, mas, e principalmente, sob a forma velada, sub-reptícia, mas indutiva, “fabricados” pelos nossos meios de comunicação, numa demonstração clara de que a violência de hoje é, realmente, o ópio das massas.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

“ANTOMARCHI” será exibido em Campina Grande








Atores: Ricardo Moreira e Joelma Cavalcanti, em "Antomarchi"

“Impactada visualmente”. Essa foi a sensação da platéia que superlotou na terça-feira passada (17) a Sala Digital de Cinema do Espaço Cultural José Lins do Rego. Pelo menos, esta é a opinião da grande maioria que assistiu à Sessão de Lançamento do filme “Antomarchi”, considerada a primeira produção paraibana Finalizada com recursos tecnológicos de Alta Definição de imagens (Blu-Ray). Representantes dos diversos segmentos culturais e educacionais do Estado, ex-Reitores, Pró-Reitores da UFPB, integrantes da APC e da Imprensa paraibana prestigiaram o lançamento do filme.

Apesar de ter sido exibido não em Blu-Ray, mas em simples projeção digital (DVD), em ambiente de referência e que tem sido espaço de grandes eventos da nossa Academia Paraibana de Cinema, “Antomarchi” conseguiu sensibilizar a platéia, não só por sua excelente fotografia, mas, pelo uso marcante de tempo e espaço, que conduz gramaticalmente a narrativa do filme a um ritmo considerado “perfeito” por críticos e autoridades ali presentes, logo imediatamente à apresentação do filme.

Na semana anterior (10 de agosto), AS Produções Cinema e Vídeo e a Direção do Zarinha Centro de Cultura realizaram uma sessão de “avant-première”, só para a Imprensa, marcando naquela oportunidade o primeiro feito cinematográfico da trajetória de “Antomarchi”: Inaugurava-se uma nova fase de exibição de filmes da Sala de Cinema do Zarinha, que, a partir de então, passou a dispor dos recursos tecnológicos de high-definition (Blu-Ray).

Com uma agenda de programação prevista também para fora de João Pessoa, um cronograma de exibições do filme será ratificado em reunião, ainda esta semana, entre a Produção de “Antomarchi”, Academia Paraibana de Cinema, UEPB de Campina Grande e representantes da cultura serrana, para que o filme seja exibido durante o encerramento do Festival Comunicurta, já no final da próxima semana.

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

APC LANÇA "ANTOMARCHI" NA FUNESC DIA 17















"ANTOMARCHI" - O personagem e o solar

ANTOMARCHI”, que está sendo considerada a primeira produção áudio-visual originalmente finalizada em Blu-Ray, na Paraíba, terá sua “avant-première” nessa terça-feira, dia 17, às 20h00, na Sala Digital de Cinema do Espaço Cultural José Lins do Rego. O filme, média-metragem do gênero ficção, a partir dos contos de Mirabeau e Suely Cavalcanti Dias, tem 36 minutos de duração, em high-difiniton, com fotografia de Alexandre Menezes, que vem sendo bastante elogiado por seu profissionalismo.

Após um longo período de gravações, que durou nada menos de oito meses, interna e externamente, pudemos concluir a Produção. Desse esforço restaram-nos mais de duas horas de imagens gravadas em high-definition. Mais complicado, ainda, porque nos deparamos com uma narrativa construída a partir de um texto marcadamente intimista, mas intrigante, povoado de personagens sisudos, misteriosos, como foi o caso desse média-metragem, inicialmente pensado para ser um “curta”. O desafio foi contar uma estória em três épocas (final dos anos 40, início de 60 e época de hoje), com ambientes cenográficos pertinentes e figuras que se cruzam o tempo todo, formatando links existenciais entre elas, vivenciados numa espécie de curva do tempo ou, como diria o autor, “nas dobras de um fractal”.

A escolha para atuarem nessa enigmática e curiosa construção dramática, com personagens que “falassem”, apenas, com a sisudez e o seu próprio ritmo, na cena, vez que optamos por não abusar do discurso falado direto, habitual, foi um dos nossos grandes desafios. Mais ainda, porque optamos por atores não-profissionais para fazê-lo. Entendíamos nós da Produção do filme, especialmente, após longas discussões sobre o assunto, que o fato de uma nova cara na atuação, de certa maneira, haveria de nos livrar de alguns incômodos estereótipos. Assim aconteceu.

Entre tantas idas e vindas, do então volume de material gravado, em que a Capital parahybana faz-se, igualmente, protagonista da estória, criamos um filme de média-metragem, também, com sabor de História do nosso tempo. Resultado, preconizado está a constatação de alguns valores que conseguem pensar e escrever a vida de forma incomum. Uma opção videomaker diferenciada sobre um universo metafórico, intrigante, intimista e até místico, sobre as múltiplas esquinas da vida, seus mirantes dos dias; um misto de enigmas e viajores do tempo.


Sinopse

Há anos vivendo fora do Brasil, hoje professor aposentado ele decide resgatar pessoalmente os bens de família havia muito deixados na cidade em que nascera. O retorno de Antomarchi (Ricardo Moreira) o faz lembrar-se dos primeiros anos de sua infância e da adolescência cheia de musicalidade e fantasias. Tempos dos antigos cinemas e filmes memoráveis, personagens de revistas em quadrinhos e do colégio onde estudou. Tudo agora é lembrado no seu breve trajeto pela cidade. Mudanças marcantes aconteceram na urbe, desde sua partida para a França. Hoje, ele alimenta uma nostálgica visão do passado. O contato mais sensível de Antomarchi será com o velho sobrado onde residiu quando criança. Imagem que guardara com carinho durantes anos. Ao adentrar o sombrio casarão, revive a presença de seus antepassados, os caminhos matinais da escola, as alegres tocatas de oboé e situações dante jamais sentidas. É um reencontro consigo mesmo. No interior do antigo solar, entre estantes e livros, antigas fotos desbotadas de família, um velho piano negro empoeirado de notas dissonantes e os “fantasmas” de toda uma vida...

Época da ação

A estória, que tem início no final da primeira década do século XXI, obedece a uma diversificada cronologia de tempo: Resgata o início dos anos sessenta, época doirada do personagem quando criança; posteriormente, retroage ao final dos anos 40, resgatando através da música do menino algumas figuras ancestrais, simbolicamente curiosas e familiares, culminando sua trajetória à época atual.

Ficha Técnica

ANTOMARCHI” dos Contos de Mirabeau Dias e Suely Cavalcanti Dias – Com o ator Ricardo Moreira, apresentando Joelma Cavalcanti e Danrley Natan – Produção: ASProd e MDias - Roteiro e Direção de Alex Santos e Assistente Manoel Jaime - Fotografia e Câmera: Alexandre Menezes (ASP) - Música: Léo Duarte e Vângelis. Filme COR, 36 minutos, originalmente realizado em HD para Blu-Ray pela Empresa AS Produções Cinema e Vídeo/maio/2010.

(Notas (in copydesc) para simples divulgação nas diversas mídias, sob responsabilidade de ASPROD.com.br )

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br