Cinema francês perde um de seus pioneiros

Quando não são preocupações com a História da Paraíba, pura e simplesmente, a saga de seus precursores, os rumos da Nova República e a Revolução de 30, quase sempre ele se volta às questões do Cinema. E não só o nosso! Isso, com a mesma atenção e ênfase, que é próprio do historiador, por acreditar ser este cinema um dos mais expressivos da sua/nossa geração. Falo do amigo Zé Octávio, a cujo crédito deste registro faço extensivo.

Esta semana, como de sempre, trouxe-me a notícia de que um dos pioneiros do cinema francês (“nouvelle vague”) havia falecido. Nota da Folha (ainda, de 12 deste mês), dando conta de que Eric Rohmer tinha passado dessa para a outra dimensão. Uma perda para o cinema francês, que vai igualar-se a outras tantas de um cinema que aprendemos a respeitar pela sua filosofia e intimismo de realização.

Após uma experiência de sala de aula, na Universidade de Paris, ainda na década de vinte, como professor de literatura francesa e alemã, antes mesmo de tornar-se cineasta, publica seu primeiro livro: “Elisabeth” (1946). Depois filma seu primeiro curta: “Journal d’um scélérat”, ampliando sua participação social como jornalista.

Mas, é na década de 50, em sendo Editor-Chefe da influente revista “Cahiers du Cinema”, que Rohmer ganha mais notoriedade, quando realiza seu primeiro longa-metragem intitulado “O Signo do Leão” (1959). Seu último filme é do final dos anos noventa: ”Conto de Outono”. Mas, só em 2001 recebe o “Leal de Ouro”, no Festival de Veneza, pelo conjunto de sua obra.

Consta, ainda, da sua trajetória de homem de cinema a defesa intransigente, como crítico, de alguns cineastas de sua época. Dentre eles, Eisenstein, Murnau, Hitchcock, Rossellini e Nicholas Ray. Embora a crítica especializada defenda que o seu cinema jamais teve influência direta desses realizadores. Eric Rohmer faleceu este mês, aos 89 anos de idade, em Paris, cuja obra filmográfica ainda nos é de todo desconhecida...

ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.
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