A Academia Paraibana de Cinema inaugura sua sede, nesta segunda-feira (28), no Espaço Cultural José Lins do Rego, dentro de uma vasta programação comemorativa ao Dia Mundial do Cinema. O evento contará com a participação dos membros da APC, de autoridades locais e simpatizantes da Sétima Arte, na Paraíba, e premiará também os realizadores escolhidos durante o FestCine Digital do Semi-Árido.
O FestCine Digital do Semi Árido é uma realização da Empresa AS Produções Cinema e Vídeo, que se desenvolveu durante os meses de novembro e dezembro deste ano, nos Municípios de Campina Grande e Cabaceiras, na Paraíba, além de Juazeiro do Norte e Mossoró no Rio Grande Norte. O FestCine teve o apoio do Banco do Nordeste do Brasil e foi coordenado pelo jornalista Wills Leal, com ajuda de representações dessas cidades.
Também nesta segunda-feira, durante o evento serão entregues os Troféus “Walfredo Rodriguez”, “João Córdula” e “Machado Bitencourt”, respectivamente, aos três primeiros trabalhos selecionados durante o FestCine Digital, além de prêmios em dinheiro nos valores de mil, quinhentos e trezentos reais aos três melhores colocados. O evento da Academia Paraibana de Cinema nesta segunda-feira (28) homenageia, igualmente, o esforço de figuras importantes do nosso Cinema, agora representadas pelo que já se chama de o “Oscar Paraibano de Cinema”.
A parceria do Banco do Nordeste com a AS Produções Cinema e Vídeo, empresa paraibana que vem desenvolvendo há mais de dez anos consistente trabalho no campo da produção audiovisual e cinematográfica, no Estado, foi decisiva para o sucesso do FestCine. Parceria essa formatada pelas duas instituições promotoras, representadas por seus titulares, o Gestor Cultural do BNB Hemilton Parente de Menezes e o Diretor Presidente da AS Produções Alexandre Menezes Cavalcanti.
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
sábado, 26 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Brasileiros que vivem à margem do cinema
A perplexidade de alguns poucos brasileiros, quando se deparam com uma tela grande de cinema, é notória e verdadeiramente comovente. O écran luminoso e o dimensionamento de suas imagens conduzem o espectador ao encantamento de um mundo que jamais tinha visto em toda sua vida. Mesmo que a “telinha” já o tenha levado a outros visuais semelhantes.
Implementar uma política de valorização cultural e de inclusão social, através da criação e/ou restauração de Salas de Cinema, em cidades com população entre 20 mil e 100 mil habitantes, se nos parece uma das medidas mais acertadas que o Governo Federal está desenvolvendo nesse momento, através do Ministério da Cultura, em parceria com a Ancine (Agência Nacional de Cinema).
Ora, a constatação pelo IBGE de que mais de oitenta por cento dos brasileiros não vêem cinema neste País, levando-se em conta que essa terá sido uma das artes mais populares do mundo, tal estatística representa mais que uma triste constatação, mas algo grave a ser igualmente corrigido. Razão porque, na atual retomada da produção cinematográfica, o governo parece ter acordado e vem tomando providência para sanar o problema.
Na Paraíba, por exemplo, de pouco mais de duzentos e vinte municípios hoje existentes, apenas a Capital e cidades maiores dispõem de salas de cinema, assim mesmo em “shopping centers”. Para se ter uma idéia da importância da iniciativa do governo, vale destacar que são 1.371 os municípios brasileiros que se encaixam nesse perfil de populações superiores a vinte mil e inferiores a cem mil habitantes.
Agora, pasmem! Desses municípios, apenas dez por cento possuem salas de projeção cinematográfica. O que é muito pouco, em sendo o cinema um dos equipamentos de entretenimento da maior aceitação pública, que carece de acesso fácil pela classe média e cujo mercado de trabalho vem sendo testado e se mostrado cada vez mais promissor, principalmente nos últimos anos. Moral da questão: Faça-se do Cinema um dos grandes meios para a inclusão social neste País!...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta, E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
Implementar uma política de valorização cultural e de inclusão social, através da criação e/ou restauração de Salas de Cinema, em cidades com população entre 20 mil e 100 mil habitantes, se nos parece uma das medidas mais acertadas que o Governo Federal está desenvolvendo nesse momento, através do Ministério da Cultura, em parceria com a Ancine (Agência Nacional de Cinema).
Ora, a constatação pelo IBGE de que mais de oitenta por cento dos brasileiros não vêem cinema neste País, levando-se em conta que essa terá sido uma das artes mais populares do mundo, tal estatística representa mais que uma triste constatação, mas algo grave a ser igualmente corrigido. Razão porque, na atual retomada da produção cinematográfica, o governo parece ter acordado e vem tomando providência para sanar o problema.
Na Paraíba, por exemplo, de pouco mais de duzentos e vinte municípios hoje existentes, apenas a Capital e cidades maiores dispõem de salas de cinema, assim mesmo em “shopping centers”. Para se ter uma idéia da importância da iniciativa do governo, vale destacar que são 1.371 os municípios brasileiros que se encaixam nesse perfil de populações superiores a vinte mil e inferiores a cem mil habitantes.
Agora, pasmem! Desses municípios, apenas dez por cento possuem salas de projeção cinematográfica. O que é muito pouco, em sendo o cinema um dos equipamentos de entretenimento da maior aceitação pública, que carece de acesso fácil pela classe média e cujo mercado de trabalho vem sendo testado e se mostrado cada vez mais promissor, principalmente nos últimos anos. Moral da questão: Faça-se do Cinema um dos grandes meios para a inclusão social neste País!...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta, E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
domingo, 6 de dezembro de 2009
Relendo tópicos das “emotions” divergentes
Sem embargos de outros entendimentos/compreensões sobre artes, notadamente Cinema, diria que a geração dos anos 60 cuidou mais das questões da leitura e da análise dos filmes então produzidos. Não que se tenha sido de uma época apenas glamorosa cinematograficamente, como dizem alguns, e até diferenciada no seu modo de ver intelectualmente, mas porque só tínhamos de concreto e objeto de análise da imagem em movimento o cinema; A Televisão constituía, até a chegada do VT (1960), apenas uma nova mídia publicitária, sem maiores preocupações com a Dramaturgia.
Faço este prólogo motivado por curiosidade de uma amiga do Paraná – sobre quem me reservo o direito de não mencionar o nome –, seguidora do nosso blog, que argumentava comigo sobre as questões da Linguagem no cinema e na televisão. Tema que abordei na semana passada (“Cinema e TV: diferenças entre representado e representação”), discutindo tais parâmetros através do uso dos discursos imagéticos em ambos os “media” – cinema e tv.
Sem querer descer a detalhes científicos sobre Linguagem, e revendo artigo que escrevi neste mesmo espaço, em junho de 2007 (“Cinema e Televisão: ‘emotions’ divergentes”) diria que: o telespectador, circunstancialmente, seria mais acomodado e menos atento aos detalhes lingüísticos da imagem que o espectador de cinema. A razão disso é simples e está na maneira como são assistidas essas imagens, tanto no cinema como pela tv.
No caso do cinema, a sala escura e a grande tela dão uma dimensão colossal e diferenciada à imagem. Esse mister consubstancia o que entendemos pelo imperativo: “no cinema”. Enquanto em versão televisiva, essa mesma imagem teria outra dimensão de leitura, qual seja: “pela tv”, que descompromete, de certo modo, o apreciador a um envolvimento maior com a imagem assistida, dando-lhe uma visão mais imediata do “fato” assistido.
Ora, as duas condições assistenciais (“no” e “pela”) impõem ao espectador ou ao telespectador, respectivamente, percepções diferenciadas não apenas em função do espacial dimensionamento da imagem – da “telona” ou da “telinha”. No primeiro instante, esse fato ocorre em razão da intensidade emocional e envolvimento, maior ou menor, que ambas as imagens representam e influenciam aos que as assistem.
Há certo preconismo de que o “mass media”, pela sua ampla penetração (aberta ou fechada) na Sociedade, possibilita o maior conhecimento de uma Arte. Discordo, em parte, dessa afirmação. Prefiro considerar que o Conhecimento Artístico, a rigor, implica numa série de outros “conhecimentos”, entre os quais o envolvimento pessoal de quem a assiste, seu interesse, gosto estético, origens da própria obra e de que forma ela foi concebida, enfim...
Pela sua própria natureza tecnológica, “friamente” descomprometida, de certa maneira, a televisão nos tem negado quase todas as qualidades necessárias ao pleno, real e verdadeiro entendimento da obra de arte. Até porque ela nunca foi Arte. Não que a tv não tenha o seu valor enquanto mídia, sobretudo informativa, indutiva, midiática, comercialmente falando persuasiva, contudo, falta-lhe “humanidade” na composição de suas imagens. Atributo este, que é próprio do verdadeiro cinema.
A questão básica e pertinente é: as telenovelas, os seriados feitos sob a “ótica” de uma produção cinematográfica e da dramaturgia desta, a rigor, o que realmente são: Televisão ou cinema? Somando-se esta à questão da interatividade televisiva, hoje amplamente preconizada, realmente, haverá de ser um novo “plot” da questão...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
Faço este prólogo motivado por curiosidade de uma amiga do Paraná – sobre quem me reservo o direito de não mencionar o nome –, seguidora do nosso blog, que argumentava comigo sobre as questões da Linguagem no cinema e na televisão. Tema que abordei na semana passada (“Cinema e TV: diferenças entre representado e representação”), discutindo tais parâmetros através do uso dos discursos imagéticos em ambos os “media” – cinema e tv.
Sem querer descer a detalhes científicos sobre Linguagem, e revendo artigo que escrevi neste mesmo espaço, em junho de 2007 (“Cinema e Televisão: ‘emotions’ divergentes”) diria que: o telespectador, circunstancialmente, seria mais acomodado e menos atento aos detalhes lingüísticos da imagem que o espectador de cinema. A razão disso é simples e está na maneira como são assistidas essas imagens, tanto no cinema como pela tv.
No caso do cinema, a sala escura e a grande tela dão uma dimensão colossal e diferenciada à imagem. Esse mister consubstancia o que entendemos pelo imperativo: “no cinema”. Enquanto em versão televisiva, essa mesma imagem teria outra dimensão de leitura, qual seja: “pela tv”, que descompromete, de certo modo, o apreciador a um envolvimento maior com a imagem assistida, dando-lhe uma visão mais imediata do “fato” assistido.
Ora, as duas condições assistenciais (“no” e “pela”) impõem ao espectador ou ao telespectador, respectivamente, percepções diferenciadas não apenas em função do espacial dimensionamento da imagem – da “telona” ou da “telinha”. No primeiro instante, esse fato ocorre em razão da intensidade emocional e envolvimento, maior ou menor, que ambas as imagens representam e influenciam aos que as assistem.
Há certo preconismo de que o “mass media”, pela sua ampla penetração (aberta ou fechada) na Sociedade, possibilita o maior conhecimento de uma Arte. Discordo, em parte, dessa afirmação. Prefiro considerar que o Conhecimento Artístico, a rigor, implica numa série de outros “conhecimentos”, entre os quais o envolvimento pessoal de quem a assiste, seu interesse, gosto estético, origens da própria obra e de que forma ela foi concebida, enfim...
Pela sua própria natureza tecnológica, “friamente” descomprometida, de certa maneira, a televisão nos tem negado quase todas as qualidades necessárias ao pleno, real e verdadeiro entendimento da obra de arte. Até porque ela nunca foi Arte. Não que a tv não tenha o seu valor enquanto mídia, sobretudo informativa, indutiva, midiática, comercialmente falando persuasiva, contudo, falta-lhe “humanidade” na composição de suas imagens. Atributo este, que é próprio do verdadeiro cinema.
A questão básica e pertinente é: as telenovelas, os seriados feitos sob a “ótica” de uma produção cinematográfica e da dramaturgia desta, a rigor, o que realmente são: Televisão ou cinema? Somando-se esta à questão da interatividade televisiva, hoje amplamente preconizada, realmente, haverá de ser um novo “plot” da questão...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta. E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Cinema - produto de barganha por atacado
Abro o jornal é lá está um anúncio de quarto de página, que reputo um dos mais inusitados. Não que os “anúncios comerciais” sejam estranhos. Não é o caso. Mas, terá sido o daquele “produto”, diria a maneira escandalosa como foi feita, seu apelo de venda, o motivo do meu espanto, do meu desconforto.
Jamais tinha visto qualquer forma de Arte ser “vendida” de uma forma tão inadequada e desrespeitosa como aquela. Com mais de um século existindo, os anúncios de sua singular presença cultural na Sociedade, no mundo todo, sempre foram de maneira diferenciada, até por se tratar de uma Arte de Entretenimento.
Não obstante ser, também, até certo ponto um produto comercial, o Cinema sempre foi e deve ser encarado como uma das artes mais diferenciadas que conhecemos. A maneira como vem de ser anunciada, em todos os tempos, literalmente difere dos demais produtos. Assim como o Teatro, a Música, a Literatura e demais recursos artísticos que se prestam à criação humana.
Pois bem, aquele anúncio de gosto duvidoso estampado num dos nossos principais jornais reflete, talvez, o desconhecimento de quem o produziu sobre a importância e o significado do que seja realmente ARTE! E até confunde sentimento artístico com pecúnia, quando assim se expressa: “Não gaste seu dinheiro à toa. No Cinema do Shopping Tambiá você tem qualidade, tecnologia, os melhores filmes, a melhor pipoca e ainda paga bem menos.”
I m p r e s s i o n a n t e!...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema – E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
Jamais tinha visto qualquer forma de Arte ser “vendida” de uma forma tão inadequada e desrespeitosa como aquela. Com mais de um século existindo, os anúncios de sua singular presença cultural na Sociedade, no mundo todo, sempre foram de maneira diferenciada, até por se tratar de uma Arte de Entretenimento.
Não obstante ser, também, até certo ponto um produto comercial, o Cinema sempre foi e deve ser encarado como uma das artes mais diferenciadas que conhecemos. A maneira como vem de ser anunciada, em todos os tempos, literalmente difere dos demais produtos. Assim como o Teatro, a Música, a Literatura e demais recursos artísticos que se prestam à criação humana.
Pois bem, aquele anúncio de gosto duvidoso estampado num dos nossos principais jornais reflete, talvez, o desconhecimento de quem o produziu sobre a importância e o significado do que seja realmente ARTE! E até confunde sentimento artístico com pecúnia, quando assim se expressa: “Não gaste seu dinheiro à toa. No Cinema do Shopping Tambiá você tem qualidade, tecnologia, os melhores filmes, a melhor pipoca e ainda paga bem menos.”
I m p r e s s i o n a n t e!...
ALEX SANTOS da Academia Paraibana de Cinema – E-mails: alexjpb@yahoo.com.br / contato@asprod.com.br
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